PUBLICADO EM 29/04/2025

Thunderbolts*

 

Thunderbolts*

Thunderbolts* é a nova produção do Marvel Studios, que tenta novamente botar a casa em ordem e fazer o público se empolgar de verdade com o seu Universo Cinematográfico que vem sofrendo bastante desde o final da Saga do Infinito, que ocorreu com Vingadores: Ultimato (2019). De lá pra cá uma coisa ou outra de interessante surgiu, mas nada que fizesse os fãs se empolgarem com a atualmente denominada Saga do Multiverso. Thunderbolts* mostra que a solução era bem mais simples do que se esperava: contar uma boa história.

Na trama, depois de se verem presos em uma armadilha mortal preparada por Valentina Allegra de Fontaine (Julia Louis-Dreyfus), uma equipe não convencional de anti-heróis acaba se formando com a presença de Yelena Belova (Florence Pugh), Bucky Barnes (Sebastian Stan), Guardião Vermelho (David Harbour), Fantasma (Hannah John-Kamen), Treinadora (Olga Kurylenko) e John Walker (Wyatt Russell). Esses rejeitados desiludidos devem embarcar em uma missão perigosa que os forçará a confrontar os cantos mais sombrios de seus passados.

A personagem central da trama é Yelena. Encontramos ela no começo do filme executando uma missão secreta para Valentina, e o mais importante, refletindo sobre sua vida, suas ambições e processando tudo que aconteceu com ela e sua família. Ou seja, os fatos ocorridos em Viúva Negra (2021) finalmente estão sendo desenvolvidos, assim como o que aconteceu na série Falcão e o Soldado Invernal (2021).

Todos os personagens na equipe tem um passado conturbado, e juntos eles conseguem, de alguma forma, se compreender e se ajudar. É uma fórmula batida, já vista em Guardiões da Galáxia ou Esquadrão Suicida, mas que quando bem feita funciona. E aqui vai os parabéns para o diretor Jake Schreier (Treta), e para os roteiristas Eric Person (Thor: Ragnarock, Viúva Negra) e Joana Calo (O Urso, BoJack Horseman), que conseguiram trabalhar vários personagens, dando importância devida para cada um deles, mas fixando a parte central em Yelena, para que existisse um foco narrativo bem definido.

Existe um paralelo com a jornada emocional de Yelena com a de Bob (Lewis Pullman), e a saúde mental e depressão são surpreendentemente temas centrais e bem desenvolvidos em Thunderbolts*. Somos constantemente lembrados que eles são perdedores, que ninguém ali voa ou tem algum outro grande poder, mas é isso também que nos aproxima muito mais desses personagens. Eles cometem erros, não são perfeitos, mas podem melhorar e mostrar seu valor, principalmente para si próprios. O vinculo que Yelena cria com Bob e sua relação com Alexei, o Guardião Vermelho, são fundamentais para o impacto emocional e desfecho narrativo.

Se você não conhece muito dos quadrinhos e de alguma forma conseguiu escapar da quantidade absurda de material promocional que a Marvel fez para o filme, vá assim mesmo e sem medo de ser feliz, e provavelmente sua experiência será talvez ainda melhor. Mas de qualquer forma, mais importante do que spoilers ou reviravoltas, é que temos sim uma boa história desenvolvida, com personagens carismáticos e que nos fazem ficar engajados a trama.

A verdade é que toda a trama envolvendo as missões da Valentina e o surgimento da principal ameaça, é bem feita, e meio que seguem um padrão de outras produções de super-heróis recentes como The Boys ou Invencível, mas o diferencial é como isso é utilizado e se encaixa dentro deste Universo. E falando em Universo, até as cenas prós créditos voltaram a dar alegria aos fãs. A primeira é meramente um boa piada que segue o tom de humor do filme, e a segunda, embora simples, dá um aceno direto pra aquilo que está por vir de forma concreta no MCU, igual era no começo.

Thunderbolts* não tenta reinventar a roda, mas sabe aproveitar uma boa base e desenvolvê-la com o foco nos personagens, naquilo que os aflige e o que os motiva. As vezes a maior batalha que enfrentamos não é contra um supervilão, mas dentro de nós mesmos.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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