A algum tempo Liam Neeson fala em deixar de lado filmes de ação pois no alto os seus 72 anos simplesmente não tem mais idade para correr e sair na porrada com bandidos. Seu mais recente filme, Último Alvo, reflete um pouco isso, senão totalmente no tocante a ação em si, mas pelo menos nos temas abordados.
A sinopse oficial diz: Murtagh (Liam Neeson) é um ex-gângster que, após descobrir uma doença terminal, decide tentar reconstruir sua vida longe do crime. Mas essa decisão tem um preço alto: antigos aliados e novos inimigos não estão prontos para deixá-lo ir sem um último acerto de contas. Em uma corrida contra o tempo, ele precisará enfrentar seu passado violento enquanto luta para proteger o que ainda resta de seu futuro.
Quem escreveu essa sinopse fez um excelente trabalho pois faz o filme parecer muito mais interessante do que realmente é. Pra começar temos a escolha do visual de Neeson, que parece ter saído diretamente de algum seriado de tv dos anos 70, com bigode, costeletas e jaqueta de couro. Essa escolha pode ser apenas justificada para dar ao personagem um ar de ultrapassado, como se isso fosse necessário.
A doença do protagonista afeta sua memória, e na primeira meia hora de filme somos lembrados disso pelo menos a cada 5 minutos. É como se o roteirista achasse que o público está sofrendo do mesmo problema e precisasse lembrar disso a todo instante.
Embora até existam pequenos momentos com ação, o foco seria no drama de Murtagh se sentir incapacitado pela doença, ao mesmo tempo que tem uma crise de consciência por tudo de ruim que fez na sua vida, ao mesmo tempo que tenta voltar a ficar próximo de sua família, ao mesmo tempo que reflete como sua relação com seu pai o moldou, ao mesmo tempo que tenta engatar um relacionamento com uma mulher aleatória que conhece no bar e também quando posteriormente sofre um atentado que coloca sua vida em risco. Não é necessário dizer que absolutamente nada disso é bem desenvolvido.
Nem a presença de Ron Perlman como chefe de Neeson consegue levantar um pouco a moral já que seu personagem aparece pouco e consegue ficar de lado para a presença de Daniel Diemer, que interpreta seu filho, um garoto mimado que quer mostrar seu valor para o papai.
Pra ser justo, mais para o final quando ele resolve entrar no modo padrão Liam Neeson e distribuir tiro pra todo lado o filme dá uma melhorada, o que na verdade também é meio ruim pois nos faz lembrar que se tivessem se atendado ao simples poderiam ter feito um filme talvez descente, o que infelizmente não é o caso.
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