PUBLICADO EM 27/04/2020

Better Call Saul – Temporada 5

 

Better Call Saul – Temporada 5

Logo quando foi anunciada, Better Call Saul foi recebida com opiniões divididas. Haviam aqueles que pensavam que seria apenas um spin-off caça-níquel de Breaking Bad e aqueles mais otimistas, que viam mais uma chance de voltar para cidade de Albuquerque e seu submundo de falcatruas e narcotráfico. A primeira temporada, que estreou em 2015, provavelmente vez cair por terra ambas as apostas.

Better Call Saul é focada em Jimmy McGill (Bob Odenkirk) e mostra como ele se transformou em Saul Goodman, advogado falastrão que roubou a cena em Breaking Bad. Acontece que Vince Gilligan, agora ao lado de Peter Gould não tem pressa pra contar sua história. Então quem achava logo no começo que seria apenas um caça-níquel se enganou, pois Jimmy Mcgill, aplicando um ou outro golpe e ainda patinando para mostrar que é um advogado competente está longe de ser aquele personagem na série original e apesar de estarmos de volta em Albuquerque, toda aquela trama de narcotráfico ainda está longe de ser trabalhada, dando um ritmo totalmente diferente ao derivado, longe de nos empolgar ou fazer roer as unhas como Breaking Bad.

Mas Gilligan sabia muito bem a história que queria contar e ao longo das quatro próximas temporadas vimos não só Jimmy se aproximar cada vez mais de Saul Goodman, como o desenvolvimento de outros personagens, alguns já conhecidos como Mike (Jonathan Banks) e Nacho Varga (Michael Mando) e alguns novos como Kim Wexler (Rhea Seehorn) e Chuck McGill (Michael McKean).

Falando desta temporada mais recente, chegamos ao ápice da trama, que cada vez mais se aproxima de onde conhecemos os personagens na série original, mas que independente disso, apresenta uma história própria, que empolgaria mesmo se Breaking Bad não existisse. É como se finalmente ela tivesse encorporado o espírito de sua antecessora, com momentos que nos deixam grudados na cadeira (ou sofá, ou cama).

É incrível ver o desenvolvimento de Kim, que tem seu melhor momento no penúltimo episódio desta temporada, é o exato oposto do que se poderia esperar da personagem, que no começo parecia ser uma ancora para Jimmy, tentando mantê-lo firme no seu lado “bom”. E este momento da Kim só é tão impactante devido a presença de Lalo Salamanca (Tony Dalton), se tornando o grande antagonista desta jornada e mostrando a aptidão de Gilligan de criar anti-heróis e vilões únicos.

Bob Odenkirk está completamente à vontade em seu papel, mais uma vez e vemos ali as nuances de como ele, apesar de tudo, ainda relutar em seguir pelo caminho mais “sombrio”. Somado a isso temos a já presença marcante de Gustavo Fring (Giancarlo Esposito) e a participação quase pontual de Hank (Dean Norris).

O último capítulo desta quinta temporada é excepcional e nos deixa com aquele gosto de quero mais e também de que o final está próximo, infelizmente. Para aqueles que duvidam da qualidade de Better Call Saul ou que ainda tentam compará-la com Breaking Bad, apenas tenham paciência e aproveitem está nova jornada.

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  4.5

 

SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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