Wolfwalkers é a nova animação do estúdio de animação irlandês Cartoon Saloon (A Ganha Pão) com direção de Ross Stewart e Tomm Moore. Pela primeira vez um projeto do estúdio tem distribuição direta no streaming, no caso a Apple TV+, o que ajuda muito na popularidade.
Moore já teve duas indicações ao Oscar de melhor animação, por Uma Viagem ao Mundo das Fábulas e A Canção do Oceano, e o que une esses projetos é a temática, sempre em torno do folclore irlandês.
A trama de Wolfwalkers se passa em 1650, e acompanhamos a jovem Robyn, que acaba de se mudar da Inglaterra para uma pequena cidade na Irlanda com seu pai, um caçador que precisa se livrar dos lobos da região. Cansada de ficar em casa e das regras rígidas impostas, ela se aventura na floresta e acaba conhecendo Mebh, uma garota super extrovertida que se transforma e comanda os lobos, uma wolfwalker.
A animação é muito bonita, sendo sua maior parte feita á moda tradicional, coisa rara nos atuais tempos do 3D. A composição visual, as cores, tudo é de encher os olhos. O design dos personagens é relativamente simples, mas de um charme único, dando muita personalidade ao longa. No que diz respeito a parte técnica temos o melhor trabalho do estúdio até então.
O roteiro por outro lado é simples. Existe ali o clássico encontro de mundos diferentes que precisam tentar coexistir e a busca por liberdade e identidade da protagonista. Mas felizmente tudo é construído de forma muito satisfatória. Inclusive o primeiro ato parece ser mais longo que o normal, estabelecendo sem muita pressa a relação de Robyn com seu pai, o ambiente e posteriormente sua nova amiga.
A animação brilha (literalmente) quando Robyn entra de vez no mundo mágico de Mebh e decide ajudá-la. A presença de um bom vilão, o Lorde Protetor da cidade, também é um ponto positivo, pois além de ser uma ameaça em si anda faz o pai da protagonista se voltar contra ela.
Wolfwalkers é uma prazerosa aventura mágica, muito bem feita que consegue agradar desde crianças até o público mais velho, mesmo sem se arriscar muito.
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Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.
