PUBLICADO EM 07/01/2021

Pieces of a Woman

 

Pieces of a Woman

Pieces of a Woman conta a história de Martha (Vanessa Kirby), que aguarda a chegada de sua primeira filha com seu marido Sean (Shia LaBeouf). Após uma tragédia, acompanhamos como o casal e as pessoas próximas reagem ao ocorrido.

Este é o primeiro filme feito em língua inglesa do diretor húngaro Kornél Mundruczó. Sua esposa Kata Wéber é a roteirista e trata de um assunto muito íntimo para ambos, que passaram por uma situação parecida. O cuidado com que um tema tão delicado é tratado torna nítida a importância do projeto para os realizadores. Seria fácil tudo se transformar em um drama apelativo, mas isto nunca acontece aqui.

Existe um foco muito grande nas expressões dos personagens, com close-ups sempre tentando buscar suas emoções, principalmente quando apenas palavras não conseguem exteriorizar o que eles sentem e pensam. E com isso temos o principal trunfo do longa, que conta com atuações muito boas.

O personagem de LaBeouf se autodescreve em determinado momento como um bronco, e nada definiria melhor. Além disso ele é extremamente passional e explosivo, e o ator entrega tudo isso na medida certa. Ellen Burstyn como a mãe de Martha, é outra coadjuvante de peso, um misto de manipulação e amargura que culmina num potente monólogo numa discussão com sua filha.

A grande estrela da produção entretanto é Vanessa Kirby, que não atoa levou o prêmio de melhor atriz no Festival de Veneza no ano passado onde o filme distribuído pela Netflix fez sua première. Kirky consegue transmitir muita sinceridade em todos os momentos, desde a mais profunda apatia, raiva ou sofrimento. Se nada mais funcionasse no filme, ele ainda valeria pela sua atuação.

A cena que praticamente abre o filme, é um plano sequência do inicio do parto até o nascimento da criança, conduzido de maneira brilhante pelo diretor. É imersivo, dinâmico e angustiante, sem dúvida o ponto alto em termos técnicos, o que por contraste faz o resto do longa ser mais brando e não tão inspirado.

Com um final mais contemplativo, de certa forma até destoando com o restante do filme, ele provavelmente irá tocar de formas diferentes cada pessoa, dependendo de suas experiências pessoais, mas sem dúvida deixará uma impressão positiva.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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