Relatos do Mundo, filme da Universal que graças a pandemia de covid-19 teve seus direitos de distribuição internacionais adquiridos pela Netflix, traz a adaptação do livro de Paulette Jiles num faroeste sem muitas novidades.
A história se passa cinco anos após o fim da Guerra de Secessão, quando o Capitão Jefferson Kyle Kidd (Tom Hanks), um veterano de guerra, viaja de cidade em cidade para contar histórias, compartilhar notícias e suas aventuras pelo mundo. Em meio a suas andanças, ele cruza o caminho de Johanna (Helena Zengel), uma menina que foi acolhida pelo povo indígena Kiowa. Kidd então assume a missão de devolver a jovem aos seus tios biológicos, mas conforme atravessam o Oeste americano, acabam enfrentando grandes desafios.
O diretor Paul Greengrass parece mais interessado em focar nos seus personagens, deixando de lado a paisagem desértica do Texas, mas mesmo assim, as duas figuras centrais não tem muito desenvolvimento ao longo das duas horas e filme. Hanks é super veterano e tem carisma de sobra pra esbanjar na tela, e Zengel, atriz novata, não deixa a desejar, mas quando paramos para pensar na interação deles, basicamente não há conflito. Eles se dão relativamente bem desde o começo, mesmo com a barreira da linguagem, e quando surge o momento de ruptura da relação é tão tardio que nos perguntamos porque se quer ele existe.
O longa segue um ritmo até agradável, intercalando a viagem dos dois com três grandes cenas de “ação”, mas nada do que acontece tem real peso na narrativa. Nenhuma das situações ou das pessoas que eles encontram ao longo do caminho tem qualquer relevância ao final, servem apenas para mostrar o ambiente hostil e como as pessoas podem ser más.
Apesar de bem intencionado, mostrando que é importante aceitar as diferenças e que é importante conhecermos nossa história para não repetir os erros no futuro (futuro esse que seria o nosso presente, onde ainda reina o preconceito racial), Relatos do Mundo não empolga em nenhum aspecto técnico, tampouco surpreende na narrativa, mas que consegue entreter dentro do possível.
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