PUBLICADO EM 02/04/2021

Meu Pai

 

Meu Pai

No longa metragem Meu Pai, o diretor e roteirista Florian Zeller, adapta a própria peça de teatro para o cinema, e mesmo sem conhecer o material original é fácil perceber o ganho que o dinamismo dos cortes de câmera dão a história, ao mesmo tempo intrigante, tensa e emotiva.

Na trama, Anthony (Anthony Hopkins) com 81 anos de idade, mora sozinho em seu apartamento em Londres, e recusa os cuidadores que sua filha, Anne (Olivia Colman), tenta impor a ele. Mas isso se torna uma necessidade maior quando ela resolve se mudar para Paris com um homem que conheceu há pouco, e não poderá estar com pai todo dia.

Tudo se intensifica perante a paranoia de Anthony. Ele insiste que a antiga cuidadora roubou seu relógio, e não aceita outra pessoa. Quando os fatos começam a não bater e as narrativas ficam confusas ele tem convicção que sua filha quer apenas se livrar dele e ficar com seu apartamento. Mas será mesmo?

Esse é um dos trunfos do filme, ele te deixa tão confuso quanto o protagonista. De um dia pro outro ou apenas de um cômodo do apartamento para outro, tudo é capaz de mudar, pessoas objetos, histórias. O dinamismo e a simplicidade da montagem deixam o espectador ainda mais envolvido na situação.

As atuações são simplesmente magnéticas e cheia de camadas, você nunca sabe exatamente se Colman é apenas uma filha preocupada ou quer tirar alguma vantagem da situação. Já Hopkins tem sem sombra de dúvida uma das maiores atuações de sua carreira, e não são poucas! Ele consegue transitar do carismático para o frágil, do impetuoso para o delicado, uma verdadeira aula.

Todo o clima de tensão e mistério vai se dissolvendo até chegar ao final, que deixa aquele gosto agridoce na boca. É o típico filme que vai conversar de forma diferente dependendo muito de suas experiências pessoais de vida, mas que sem dúvida causa impacto em quem assiste.

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  4.5

 

SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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