Em seu novo filme, o diretor Steven Soderbergh volta ao estilo de filme que o consagrou em Onze Homens e um Segredo, cheio de intrigas, reviravoltas, roubo um toque de humor ácido, e dessa vez envolto de um clima noir.
A trama se passa em Detroit, no ano de 1955, onde um grupo de pequenos criminosos é contratado para roubar o que eles acreditam ser um simples documento. Quando o plano dá terrivelmente errado, o grupo passa então a procurar por quem os contratou, na tentativa de descobrir o propósito final.
O longa começa nesse simples esquema e com o desenrolar da situação, vai ganhando cada vez mais camadas. Elas são sutis o começo, mas são tantos personagens, com ligações distintas entre si, que caso o espectador não esteja realmente prestando atenção, ele pode se perder no meio do caminho. E não que seja um filme difícil, mas por vezes ele pode ficar complicado, porque nem o diretor nem, o roteirista Ed Solomon pegam na mão do público para explicar cada detalhe dos eventos.
O elenco é recheado de nomes de peso, e a dupla protagonizada por Don Cheadle e Benicio del Toro é incrível. Mesmo estando na situação de opostos que são forçados a se unir, como já vimos diversas vezes, o talento dos dois se sobressai e o roteiro não deixa eles caírem em nenhum clichê em termos de duplas improváveis. Outro destaque é David Harbour, num papel muito mais contido que seu habitual, uma pena que seu personagem perde força na trama do meio pro final.
Inclusive o meio do filme talvez seja um pouco inchado, um pouco menos de tentativas de passar a perna um no outro seria muito bom para dar uma enxugada na trama. Ela fica no limite de se tornar irritante.
Ao longo do filme percebemos que Soderbergh usa uma lente grande angular, transformando as vezes o enquadramento num olho de peixe sutil, como se estivéssemos espiando tudo sorrateiramente atrás de uma porta. A trilha musical da época também é muito boa e ajuda a compor o cenário.
Nem Um Passo Em Falso entrega uma trama interessante e envolvente, mas um pouco desequilibrada, perdendo força no final, mas que vale muito a pena pelas grandes interpretações.
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