PUBLICADO EM 30/09/2021

Free Guy: Assumindo o Controle

 

Free Guy: Assumindo o Controle

Free Guy: Assumindo o Controle estava na Black List de roteiros de 2016, que nada mais é que uma lista feita anualmente desde 2004, por produtores e executivos de cinema, dos roteiros ainda não produzidos que eles mais gostaram. Cinco anos depois podemos finalmente conferir e entender o porquê disso.

No longa, Guy (Ryan Reynolds) vive uma vida simples sendo um dedicado funcionário de banco que descobre ser na verdade um NPC (non-player character ou personagem não jogável) dentro de um videogame brutal de mundo aberto, no melhor estilo GTA.

Um dos trunfos de Free Guy é que toda a parte dentro do jogo é divertida e parece de fato um jogo de verdade. Enquanto o protagonista passeia pelas ruas de Free City é possível ver ao fundo que tudo continua acontecendo, tanques de guerra passando, helicópteros voando, tiroteios, etc, e tudo isso sem roubar o foco principal, acontece bem naturalmente, dada as devidas proporções.

Toda a parte dentro do videogame é bem divertida mas seria uma experiência meio vazia se a parte de fora do jogo não fosse também interessante. E perceba que não há nenhuma trama mirabolante ou cheia de reviravoltas, ela é apenas bem feita, e conhecendo um pouco a indústria dos jogos eletrônicos e o capitalismo no geral, seria algo não tão difícil de acontecer.

Reynolds já tem como uma marca registrada seus personagens bobos e tagarelas, que aqui casa perfeitamente com a proposta do filme, trazendo um cara extremamente simpático que fica deslumbrado com a descoberta de um novo mundo e de uma verdadeira paixão. Jodie Comer, que vem pedindo passagem no cinema desde seu sucesso na tv com Killing Eve, não desaponta. O restante do elenco de apoio não tem tanto destaque, tirando Joe Keery (Stranger Things), mas mesmo assim não é muito exigido. O vilão interpretado por Taika Waititi é bastante previsível e as vezes meio fora de tom com o resto do filme, mas nada que seja tão prejudicial a experiência.

No meio de toda a proposta de ação e comédia, as vezes absurda, do filme, encontramos um bom questionamento sobre o modo como vivemos nossas vidas e o tipo de conteúdo de entretimento que consumimos. Claro há o tema da vida das inteligências artificiais, mas isso não chega a ser explorado a fundo, e na verdade seria uma grande pretensão fazer isso neste contexto.

Com um ótimo uso da trilha sonora e referências a jogos e outras propriedades da Disney, Free Guy não se perde nelas, criando uma própria identidade e conseguindo acertar o clima de um jogo melhor que qualquer adaptação de videogame até agora, mesmo não sendo adaptação de nenhum em específico.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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