PUBLICADO EM 22/11/2021

007 – Sem Tempo Para Morrer

 

007 – Sem Tempo Para Morrer

Se voltarmos para 2005, quando Daniel Craig foi anunciado como o novo interprete de James Bond, veremos que existia muita desconfiança entre os fãs da franquia, mas nem o mais otimista deles poderia imaginar o quão certo ele se encaixaria no papel. Cassino Royale (2006) foi um marco não apenas pela estreia de Craig, mas pela renovação que trouxe aos filmes do 007, muito inspirado por sucessos do cinema de ação da época, com A Identidade Bourne (2002).

Quinze anos depois, com altos e baixos nos quatro filmes da franquia que protagonizou, Craig se despede do personagem que mudou sua vida em Sem Tempo Para Morrer. Como se não fosse o bastante, o longa ainda foi um dos que mais sofreu atrasos devido a pandemia de coronavírus, gerando uma expectativa ainda maior sobre ele.

Na trama, James Bond (Craig) parou de trabalhar ativamente no serviço secreto britânico mas sua paz é encurtada quando seu velho amigo da CIA Felix Leiter (Jeffrey Wright) pede ajuda, colocando Bond no rastro de um misterioso vilão armado com uma tecnologia perigosa.

Este é sem dúvida o filme mais dramático da era Craig, resgatando vários aspectos dos filmes anteriores com o intuito de realmente fechar arcos, infelizmente nem todos são muito bem desenvolvidos, principalmente no que diz respeito a organização Spectre, apresentada no filme anterior.

A carga dramática no entanto não impede as ótimas cenas de ação, incluindo perseguições que com certeza estão entre as melhores de toda a franquia. O diretor Cary Joji Fukunaga faz um trabalho excelente neste aspecto, compondo as cenas de forma que nunca fiquemos perdidos.

Craig se despede em grande estilo, mostrando tudo que o seu Bond construiu nos filmes anteriores de forma ainda mais intensa. Léa Seydoux cumpre bem seu papel pra aquilo que lhe é proposto. No entanto Lashana Lynch e Ana de Armas, participam bem da ação, mas não acrescentam muito narrativamente, com a segunda tendo praticamente uma participação especial. Os produtores pareciam mais preocupados em estabelecer algo pro futuro do que fazer elas terem real importância agora.

O grande problema de Sem Tempo Para Morrer é o vilão interpretado por Rami Malek, que pouco pode fazer com um roteiro cheio de decisões no mínimo questionáveis ao seu respeito. Com exceção do visual, nada nele funciona.

A música tema de Billie Eilish, provavelmente uma das mais melancólica de todas, é muito bonita isolada, mas quando colocada dentro do contexto do longa ganha ainda mais força. A trilha sonora composta por Hans Zimmer também segue esse padrão mais melancólico, elevando as cenas dramáticas do filme de forma muito sútil e natural.

O último filme da era Craig no 007 acerta em cheio na ação, e pra quem o acompanha desde o inicio, com certeza será uma despedida emocionante, embora peque na construção de sua ameaça principal. Agora é esperar e ver o que o futuro nos aguarda numa franquia tão clássica do cinema.

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  3.5

 

SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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