Quem cresceu durante os anos 90 com certeza tem uma forte memória dos desenhos de infância, e um dos mais marcantes foi sem dúvida foi Tico e Teco e os Defensores da Lei, com uma das melhores músicas tema já criadas (e adaptadas para o português). Mas em meio a tantos reboots e remakes, o que Tico e Teco: Defensores da Lei poderia oferecer de novo?
A resposta é um boa dose de metalinguagem, um pouco de cinismo e acima de tudo não se levar a sério de demais. É revigorante ver um produto de uma gigante como a Disney, se “arriscar” com algo fora do comum dos grandes blockbusters para família.
Na trama, Tico e Teco vivem entre desenhos animados e humanos em Los Angeles nos dias atuais, mas agora suas vidas são bem diferentes. Já se passaram décadas desde que a série de sucesso da dupla foi cancelada, e Tico (voz original de John Mulaney) se rendeu a uma vida doméstica suburbana como um vendedor de seguros. Enquanto isso, Teco (voz original de Andy Samberg) passou por uma transformação em CGI e trabalha no circuito de convenções nostálgicas, desesperado para reviver seus dias de glória. Quando um ex-colega de elenco desaparece misteriosamente, Tico e Teco devem retomar a amizade e assumir mais uma vez suas personalidades de Defensores da Lei.
Essa ousadia e alegria que vemos em tela pode ser explicada pelos principais responsáveis por trás das câmeras, começando pelos roteiristas Dan Gregor e Doug Mand, dupla que já trabalhou junta nas séries How I Met Your Mother e Crazy Ex-Girlfriend. Na direção temos Akiva Schaffer, parceiro de Samberg no grupo Lonely Island e de Mulaney no Saturday Night Live.
Os realizadores brincam com essa onda de reboots, remakes e bootlegs, sendo algo intrínseco a trama, e não apenas um breve comentário. E é incrível a quantidade de personagens que são trazidos para a tela, e veja bem, seria muito confortável se conter apenas com as propriedades da Disney, que não são poucas, mas eles fazem questão de colocar de vários outras produtoras, indo de South Park até o mais bizarro e incrível de todos: o Sonic feio. E claro toda a mistura de animação, live-action e a trama de policial é baseado em Uma Cilada Para Roger Rabbit.
O roteiro em si é simples e bem previsível, e o filme é tão ciente disso que também faz piada com essa previsibilidade, mais uma prova do quanto ele não se leva a sério, ou então quando Tico diz que é fim de carreira fazer rap com sua antiga música tema e no final do filme uma versão dubstep feita por Post Malone começa a tocar.
O trabalho de vozes originais dos protagonistas é ótimo, e o longa ainda conta com vozes marcantes de um elenco de apoio que tem J. K. Simmons, Seth Rogen e Will Arnett.
Esse novo recomeço para a dupla de esquilos é revigorante, e deve agradar tanto crianças quanto os adultos, por apostar em algo genialmente bobo.
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