A algum tempo a franquia Star Trek vem tentando ser revitalizada na tv, com séries como Discovery e Picard, mas nenhuma delas foi tão assertiva em sua missão como Strange New Worlds. Protagonizada pelo Capitão Pike (Anson Mount), e Spock (Ethan Peck) introduzidos em Discovery, a série é quase um spin-off, muito embora apenas os acontecimentos anteriores de Pike são relevantes, e mesmo quem não acompanhou pode pegar tudo pelo contexto ao longo da temporada.
Um dos trunfos do seriado é trazer este clima de nostalgia da série clássica, com a volta da Enterprise, mas dez anos antes do Capitão Kirk assumi-la. Pode ser que isso seja um problema mas na frente, limitando o que pode ser feito, já que sabemos onde tudo vai parar, mas esse começo é simplesmente empolgante.
Com um estilo procedural, cada episódio trás uma aventura diferente, com alguns pontos ligando uma narrativa mais a longo prazo. E como é de praxe, vários temas e questões morais são abordadas, sem nunca claro perder o bom humor e reverenciar a série clássica. Tem episódios mais leves, que brinca com tema medieval ou troca de corpos, outros mais tensos, com a tripulação tendo que combater ameaças intensas, incluindo referencias a outros clássicos como Alien e Predador.
Outro trunfo são os personagens coadjuvantes, que são muito mais carismáticos do que das séries mais recentes de Star Trek. Uhura (Celia Rose Gooding), Dr. M’Benga (Babs Olusanmokun), La’an (Christina Chong) tem bastante destaque e importância ao longo da temporada, enquanto a Número Um (Rebecca Romijn), Enfermeira Chapel (Jess Bush) e Ortegas (Melissa Navia) acabam não tendo tanto desenvolvimento, mas isso é algo que provavelmente deve ser melhor trabalhado no futuro.
Os dez episódios desta temporada fazem com que o esquema procedural não fique enjoativo, pois quase ninguém aguenta mais séries de 20 e tantos episódios que ficam só de enrolação. Aqui temos boas histórias e bons personagens que cumprem muito bem seu papel.
Qualquer trekker que se preze irá assistir Strange New Worlds com um sorriso no rosto e ela ainda serve como uma ótima porta de entrada par novos fãs, já que não exige quase nada de background. Esta é a Enterprise indo audaciosamente onde ela já tinha ido, para o sucesso e reconhecimento merecido.
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Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.
