PUBLICADO EM 07/08/2022

X – A Marca da Morte

 

X – A Marca da Morte

X – A Marca da Morte, novo filme de terror da A24, dirigido e escrito por Ti West, apresenta um ótimo slasher para os fãs do gênero, e se utiliza de clichês de forma muito inteligente, acrescentando camadas a uma história que poderia ser banal.

A trama do filme se passa em 1979, onde um grupo de jovens cineastas ousados tem a ideia de fazer um filme erótico na zona rural do Texas. Eles decidem iniciar as gravações em uma fazenda que pertence a um casal de idosos solitários. No entanto, quando os proprietários descobrem sobre o filme, uma perseguição sangrenta se inicia.

A ideia do filme pornô dentro do filme, dá um aspecto de metalinguagem ao longa, que diversas vezes intercala as cenas picantes com outras do cotidiano do velho casal, buscando paralelos e fazendo conexões que mais pra frente fazem sentido. É muito comum em filmes de slasher os jovens serem punidos pela sua devassidão, e não que aqui não vão acontecer mortes e justamente por conta do sexo, mas é criado todo um contexto e motivações que fazem sentido as cenas de sexo existirem e de forma central para trama, tudo é tratado de forma natural, sem ser puramente apelativo.

Apesar de picantes, as cenas também geram bons momentos de humor, com diálogos de duplo sentido e uma fiel representação das atuações caricatas típicas dos filmes eróticos.

Toda a construção de suspense feita até a chegada na fazenda e o encontro desconfortável com os anfitriões é muito bem feita, você sente algo estranho no ar, mesmo nada de fato tendo acontecido. E a construção do suspense daí pra frente só aumenta, como visto na ótima cena do crocodilo.

Sobre as atuações, a grande surpresa foi descobrir ao final do longa que Mia Goth, que interpreta Maxine, também interpreta Pearl, o que vale uma salva de palmas não só pela sua performance, mas para maquiagem.

A ambientação nos anos 70 é bem marcada tanto pela ótima trilha sonora, quanto por algumas transições de cena, que fora desse contexto poderiam soar antiquadas. West também cuidou da edição do filme, e é possível perceber algumas momentos arrojados, com cortes secos que vão e voltam como um piscar de olhos ou as divisões de tela. A trilha sonora original também ajuda a criar um ótimo clima de suspense e incomodo.

Por fim, o filme entrega tudo que se espera de um filme do gênero, com um banho de sangue e se utilizando de elementos apresentados anteriormente, deixando tudo bem amarrado. X – A Marca da Morte é muito consciente de sua simplicidade e por isso acerta em cheio em não dar um passo maior que a perna.

https://www.youtube.com/watch?v=bF9EhNvKbpo

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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