PUBLICADO EM 11/10/2022

Halloween Ends

 

Halloween Ends

Em 2018 a franquia Halloween foi revitalizada com um filme que era uma continuação direta do clássico de 1978, com isso uma nova trilogia foi arquitetada, prometendo o embate final entre o assassino Michael Myers e a sobrevivente Laurie Strode (Jamie Lee Curtis).

Entre altos e baixos do bom filme de 2018 e a bagunça que é Halloween Kills: O Terror Continua (2021), há o estabelecimento da relação brutal entre Michael e Laurie, e como isso afetava toda sua família e a cidade Haddonfield. Por incrível que pareça esse desenvolvimento é deixado de lado neste terceiro filme durante boa parte de sua duração.

Na trama, que se passa quatro anos depois dos eventos de Halloween Kills, Laurie mora com sua neta Allyson (Andi Matichak) e está escrevendo os últimos capítulos de seu livro de memórias. Michael Myers não foi visto desde então. Laurie, após permitir que o espectro de Michael determinasse e conduzisse sua existência por décadas, decidiu libertar-se do medo e da raiva e abraçar a vida. Mas quando o jovem Corey Cunningham (Rohan Campbell) é acusado de matar o garoto de quem cuidava como baby sitter, uma cascata de violência e terror inunda a cidade, obrigando Laurie a finalmente enfrentar o mal que ela não pode controlar, de uma vez por todas.

A introdução no filme apresentando Corey e toda sua metade inicial, onde existe o desenvolvimento do personagem e de sua relação com Allyson, apesar de um pouco arbitrária, é bastante interessante, mas conforme o tempo vai passando percebemos que o que realmente importa, o embate final entre Laurie e Micahel, é deixado de lado.

Michael inclusive é quase que um mero coadjuvante, tendo destaque apenas na metade final e de uma forma um tanto controversa. Inclusive controversa é a palavra chave aqui. Todo o desenvolvimento de Corey e de como ele é tratado na cidade, mostrando esse processo de transformação nele, soa um tanto fatalista, lembrando um pouco Coringa (2019), com a velha máxima do “o homem nasce bom, a sociedade o corrompe”.

Toda a discussão que a jornada deste personagem poderia ter é esvaziada com tomadas de rumo de roteiro que parecem querer apenas gerar mais cenas de mortes impactantes para tentar chocar a audiência. Não há tentativa de redenção, ou qualquer tipo de discussão mais aprofundada, apenas o puro mal enraizado na sociedade que invariavelmente é punido com a morte, não existe nenhum outro tipo de solução.

Quando temos o derradeiro embate final entre Laurie e Michael, ele acaba sendo um tanto anticlimático, se resolvendo em apenas uma cena. O final pode ser considerado também controverso, principalmente para os fãs mais hardcore, porque de fato é algo definitivo, mas no fundo, da forma que a indústria cinematográfica funciona, sabemos que uma hora ou outra haverá um reboot, ou remake, ou uma prequela ou uma série derivada, e tudo se inicia novamente.

Apesar dos pesares, Ends é melhor que Kills, deixando uma impressão um pouco melhor que seu antecessor, mas também deixa uma sensação de potencial desperdiçado de uma franquia tão querida pelos fãs do gênero de terror.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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