Um dos mestres da sétima arte, Steven Spielberg parece estar mais afiado do que nunca, após ter dirigido seu primeiro musical com o ótimo remake de Amor, Sublime Amor (2021), o cineasta lança agora o seu filme mais íntimo, segundo ele mesmo, explorando aspectos da sua juventude e elaborando no processo uma carta de amor ao cinema.
Inspirado na própria infância de Spielberg, o longa narra a história de Sam Fabelman, um jovem que descobre um segredo familiar devastador e revela o poder dos filmes para nos ajudar a ver a verdade sobre os outros e sobre nós mesmos.
O jovem Sam Fabelman (Mateo Zoryan), mostra todo o deslumbre do descobrimento da magia do cinema, e não só de assistir, mas do encanto por criar seus próprios filmes, sempre incentivado por sua mãe Mitzi Fabelman (Michelle Williams), e sob o olhar de seu pai Burt Fabelman (Paul Dano), embora carinhoso, reticente quanto o seu “hobby“.
Após isso, temos a transição para adolescência de Sam (interpretado por Gabriel LaBelle), que cada vez mais aprimora suas técnicas e parece sentir mais facilidade em se expressar através de seus filmes do que com palavras. A relação entre seus pais vai ficando complicada, ainda mais com a morte da mãe de Mitzi e da relação do casal com o amigo da família Bennie Loewy (Seth Rogen).
Grande parte do filme se dedica a relação do casal, o que na verdade chega a ser uma surpresa. Apesar de complicada a situação, ela nunca chega a ser extremamente melodramática, há vários momentos de escape mais leves, principalmente quando Sam está exercitando sua criatividade e seu olhar apurado com a câmera.
O ponto mais baixo do filme é quando a família se muda para Califórnia devido ao trabalho de Burt, e como Sam entra em um novo colégio, ele sofre com bullying pelo fato de ser novato e judeu. Apesar de alguns momentos engraçados essa parte se torna bastante clichê, todo drama familiar ainda parece bem mais interessante.
Existe um momento no final onde parece que Spielberg perdeu o momento de encerrar o filme e o prolonga mais que o necessário, mas o que vem a seguir é provavelmente a melhor cena, com uma participação especial impagável.
Com Fabelmans, Spielberg e o roteirista Tony Kushner criam um retrato intimista e muito sincero da juventude do diretor, misturando toda paixão dele pela arte, capaz de fazer com qualquer que goste de cinema se envolver, de maneira muito direta e confortável.
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