John Wick 4: Baba Yaga, mostra mais um capítulo do embate sanguinolento de Keanu Reeves contra a organização da Alta Cúpula, e esse sem dúvidas é o maior de todos eles, não só pela duração do filme em si, com suas quase três horas de duração, mas pelo nível de ação empregada nesta sequência, que realmente vale o adjetivo de épica.
Na trama, John Wick (Reeves) descobre um caminho para derrotar a Alta Cúpula. Mas antes que ele possa ganhar sua liberdade, ele deve enfrentar um novo inimigo com poderosas alianças em todo o mundo e forças que transformam velhos amigos em inimigos.
Wick sofre as consequências diretas dos acontecimentos do último filme, ainda é foragido e vai passar por cima de quem precisar para conseguir sua liberdade, mas agora o preço parece ficar alto demais quando pessoas próximas pagam o preço pelos seus atos, e se vê obrigado a enfrentar antigos aliados, como Caine, interpretado pelo ótimo Donnie Yen.
O diretor Chad Stahelski eleva o nível da ação, há uma grande variedade de cenários e armas sendo exploradas como espadas, arco e fecha, nunchaku e claro as armas de fogo. Muitas vezes os tiroteios podem cansar por não oferecer uma grande variação em termos de ação, mas graças aos ternos à prova de balas tudo se torna muito dinâmico e com variações já que os personagens precisam chegar muito perto para trocar socos e continuar atirando. As cenas são geralmente bem longas e intensas, e quase sempre se sustentam mas em alguns momentos elas poderiam ser mais enxutas devido a repetição.
Existem alguns momentos em que a suspensão de descrença precisa ser elevada ao último nível, pois quando alguém cai do terceiro andar e bate na quina da lataria de um carro, deixando o mesmo afundado, dificilmente ele levantaria em poucos segundos sem nenhuma parte do corpo quebrada. O lado positivo é que é mais difícil de acreditar porque a cena é muito bem feita, parece real e você senti o impacto, e essa nem a única queda desde nível. Outro fator de pelo menos alivia a famosa “mentirada”, é que Wick parece sempre mancando, meio desengonçado, lutando como dá.
Ainda sobre a ação é impossível não citar um sequência numa casa em reforma meio abandonada, que poderia ser facilmente uma adaptação do jogo Hotline Miami
Reeves está mais calado do que nunca aparentemente, e destila frases de efeito. Todos os novos personagens são interessantes e vários deles com certeza serão aproveitados futuramente, seja em spin-offs ou na vindoura série. Os destaques vã para Yen e Shamier Anderson, com seu fiel cachorro.
Os pontos negativos ficam por conta da escanteada que deram no personagem do Laurence Fishburne e no personagem bizarro de Scott Adkins, com uma maquiagem bastante questionável e com uma roupa cheia em enchimentos pra simular ser gordo. A sorte é que absolutamente ninguém parece levar isso muito a sério, o que é bom, pois esse tipo de personagem é bem vindo, mas desde que seja bem feita.
Muito desse mundo de organizações do submundo do crime é desenvolvido, o que é ótimo, mas a falta de alguma instituição policial, ou sequer menção que seja, fica meio estranho. Não há repercussão depois de uma chacina acontecer numa boate, ou simplesmente pararem o trânsito no meio de Paris por conta de um tiroteio, nem um guardinha de trânsito sequer aparece.
O final, diferente de todo o filme, cria uma tensão pela espera, quase uma contemplação e encerra este arco principal iniciado lá no primeiro longa, e recompensa quem acompanhou a jornada até aqui. Fique atento para uma cena pós-crédito!
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