Um dos personagens mais queridos de todos os tempos dos video games finalmente chega as telas de cinema como merece (vamos esquecer o infame longa live-action de 1993). A animação Super Mario Bros – O Filme exorciza de vez toda e qualquer “maldição de adaptação de games” para os cinemas.

Na trama do filme, Mario é um encanador junto com seu irmão Luigi. Um dia, eles vão parar no reino dos cogumelos, governado pela Princesa Peach, mas ameaçado por Bowser, rei dos Koopas, que faz de tudo para conseguir reinar em todos os lugares. Com a iminente chegada do vilão ao reino dos cogumelos, Mario e Peach unem forças e decidem pedir ajuda no reino da floresta para enfrentá-lo e salvar Luigi que é feito prisioneiro.

Já falando da parte gráfica, a animação é irretocável, extremamente colorida, vibrante, fluída e com cenários de cair o queixo, que realmente transportam muito do que os fãs do game sempre sonharam para as telonas. Toda vez que o Bowser aparece é impossível não se impressionar com os detalhes de suas escamas, ou a cada close na cara do Mario e Luigi e perceber cada pelinho do bigode. Importante ressaltar que o filme foi disponibilizado para crítica em 3D no IMAX, e vale muito a pena. O filme foi disponibilizado com dublagem em português, que está muito boa.

Toda a introdução é muito boa, estabelecendo o vilão e seus heróis de maneira rápida e com muito humor. Vemos que Mario já é muito habilidoso mesmo no mundo real, portanto mesmo o desafio no mundo dos cogumelos aumentando o nível de exigência não chega a ser inverossímil ele conseguir superá-los. Ainda mais com o uso dos power-ups, que foi uma forma muito interessante de colocá-los na narrativa de forma eficaz e sem ser gratuito.

A mudança de quem precisa ser salvo, no caso o Luigi ao invés de Peach é muito bem vinda. A Princesa é uma donzela, mas está longe de ser indefesa. A motivação do Mario em salvar seu irmão e mostrar seu valor, ainda mais para sua família, é bem feita e estabelecida desde o começo, mas não deixa de ser clichê.

Toda a estrutura narrativa é bem simples na verdade, mas não deixa de ser bem feita. O tom de humor deve funcionar 90% das vezes, algumas repetições de piadas talvez desagradem o mais velhos, mas duvido que as crianças, que devemos lembrar é o maior público alvo, vão se importar.

Os temas sonoros clássicos dos games estão todos ali e são muito bem aproveitados na trilha sonora, além de se utilizar de ótimas músicas pop dos anos 80, que apesar de estarem até meio batidas, ainda são muito eficazes. A também um seguimento musical impagável com Bowser, acredite você.

Recheado de easter eggs para os jogadores de longa data, com personagens de vários jogos do Mario ao longo dos anos aparecendo e várias passagens específicas que lembram por exemplo Mario Kart ou Luigi’s Mansion, só pra citar os mais óbvios, o filme do Mario chega pra estabelecer uma nova e poderosa franquia nos cinemas, mostrando que nem só de Minions vive a illumination.

O final com sua grande sequência de ação é tudo aquilo que já se podia imaginar, não que seja ruim, mas acaba sendo previsível apesar de bem feito.

Qualquer um que já tenha jogado qualquer jogo do Mario vai ficar encantado com a animação, ela está longe de inovar o gênero, mas praticamente tudo que se propõem executa de forma satisfatória e muito respeitosa com os jogos. Fique atento a uma cena pós crédito, mas saiba também que ela é extremamente desnecessária.

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  4.5

SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.