Umas das grandes surpresas nas indicações do Oscar 2024 foi sem dúvida Meu Amigo Robô, na categoria de Melhor Animação. Depois de chamar a atenção em festivais, o longa do diretor e roteirista espanhol Pablo Berger desbancou grandes filmes de estúdios muito maiores, e não foi por acaso.
Na trama, Dog mora em Manhattan e está cansado de ficar sozinho. Um dia ele decide comprar um robô para ser seu companheiro. A amizade deles floresce, até que se tornem inseparáveis, ao ritmo de Nova York nos anos 1980.
Contrariando muito da atual tendência de grandes produções em 3D ou híbridas, Meu Amigo Robô é uma belíssima animação clássica 2D, mas com um cuidado imenso nos detalhes de cenários e nos designs dos personagens, que mostram que o simples não precisa ser simplista.
Outro diferencial é a ausência de falas, mas em nenhum momento elas fazem falta, devido a expressividade e carisma dos personagens e do ótimo uso da trilha sonora. É impossível terminar de assistir e não ficar cantarolando September do Earth, Wind & Fire.
O roteiro é baseado no livro infantil de Sara Varon, mas certamente agrada todas as idades, pela maturidade de abordar assuntos como relacionamentos, lealdade e solidão. Há uma mistura de nostalgia e melancolia durante todo o filme, que tocam o coração mas nunca deixam o clima ficar muito pesado.
Existem algumas passagens envolvendo os sonhos do Robô, que acabam sendo um tanto redundantes para narrativa, mas que geram momentos muito divertidos e originais, como a menção a O Mágico de Oz, explorando tudo que uma animação pode oferecer.
Mais do que qualquer indicação ou vitória no Oscar ou outra premiação, Meu Amigo Robô merecer ser visto, por sair do lugar comum e de maneira muito singela entregar uma história cativante e ao mesmo tempo reflexiva, na maneira como vivemos nossas vidas e nos relacionamos com outras pessoas.
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