Todo Tempo que Temos é o novo filme dirigido por John Crowley (Brooklyn) com roteiro de Nick Payne, que nos mostra uma história comovente, divertida e muito calorosa.
No filme, Almut (Florence Pugh), uma talentosa chef de cozinha se apaixona por Tobias (Andrew Garfield), um homem recém-divorciado. Juntos, o casal constrói um lar e forma a família que sempre sonharam. O relacionamento, no entanto, acaba sendo desafiado quando uma doença surge, e eles precisam lidar com a situação.
O primeiro destaque é obviamente o casal protagonista, que exala química por todos os poros possíveis. Pugh é encantadora, vívida, o tipo de pessoa que consegue iluminar o ambiente com o seu sorriso, e quando precisa, consegue mostrar a dor e vulnerabilidade de sua personagem. Já Garfield é um cara mais metódico e centrado, com a aquela eterna cara de um cachorro que caiu do caminhão de mudança, e quando eles se juntam é como se peças de um quebra cabeça de encaixassem, um completa o outro.
Outro fator que importante a ser ressaltado é a montagem do longa. Nós estamos sempre indo e voltando na timeline do casal. Num momento eles acabaram de se conhecer, no outro já tem uma filha, depois voltamos para o primeiro jantar em família, e avançamos para gravidez, voltamos para o tempo atual. Não que isso seja novidade, mas é muito bem feito e nunca temos nada completamente aleatório, a disposição das cenas sempre nos fazem querer saber como tudo se desenrolou.
Acredito que cada pessoa vai se relacionar de maneira distinta com a parte mais dramática, dependendo da sua bagagem ou experiências pessoais, isso pode ter mais ou menos impacto em quem assiste. Mas um dos grandes trunfos do longa é ser bastante respeitoso com o tema, e realmente nos fazer acreditar que aquelas poderiam ser pessoas reais, vivendo, amando e sofrendo de forma muito genuína. Seria muito fácil cair num melodrama barato ou numa história de superação, mas não é isso que acontece, ainda bem.
A trilha sonora é discreta, mas algumas cenas ganham com a inserção de ótimas músicas conhecidas, como I Dare You do The xx, o que marca ainda mais esse clima “indie” da produção. É o tipo de filme que se saísse a uns 10 anos atrás ia bombar no Tumblr. Ele pega várias convenções do gênero mas apresenta de uma forma esteticamente muito agradável.
Todo Tempo que Temos é essencialmente um filme simples, mas muito acolhedor e por vezes devastador, acima de tudo sendo um história de amor, e sobre amor, de forma muito sincera e bonita.
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