Venom é um dos antagonistas mais marcantes do Homem-Aranha, surgido no final dos anos 80, começo dos anos 90, onde era moda era ter heróis e vilões bombados e sanguinários, o Venom nada mais é do uma versão maligna e anabolizada do herói. Com o passar dos anos a Marvel Comics entendendo o apelo do personagem com o público o tornou um anti-herói, e só recentemente, na fase iniciada em 2018 escrita por Donny Cates, aprofundou sua mitologia e origem cósmica.
Em Venom: A Última Rodada, ventilada como o fechamento desta trilogia protagonizada por Tom Hardy, esta mitologia do personagem é explorada nas telonas, mas de forma pífia e sem nenhuma inspiração.
Na trama temos Eddie Brock e Venom foragidos da justiça após os fatais acontecimento do filme anterior. No meio disso eles começam a ser perseguidos por uma divisão da área 51 e por monstros vindos do espaço a mando de uma entidade chamada Knull, criador dos simbiontes, pois após a morte e ressureição de Eddie Brock pelo Venom, foi ativado uma força interna, capaz de libertar o vilão de sua prisão.
No começo do filme temos uma breve preguiçosa introdução do Knull, com narração em off. Ele está preso em algum lugar no espaço sentado em uma espécie de trono, e como se isso já não fosse referência suficiente, logo em seguida temos Brock no bar e falando com o bartender sobre um alienígena obcecado por joias. Com isso temos que lembrar que na cena pós créditos de Venom 2, Brock foi lançado no multiverso e veio parar no mesmo universo que o Homem-Aranha de Tom Holland, que enfrentou Thanos em Vingadores: Guerra Infinita e Vingadores: Ultimato. Esse “problema” é facilmente resolvido pois Brock é puxado para seu próprio universo por um portal igual ao que Knull envia seus alienígenas monstruosos para caça-lo.
Isso já gera várias implicações: se o portal que puxou Brock de volta ao seu universo é mesmo de Knull, o que o impedia de transportá-lo diretamente para onde ele estava? Se Knull está preso, que espécie de prisão é essa que deixa ele usar um poder tão vasto assim? Como exatamente Knull sabia que a poder interno de Brock e Venom tinha sido ativado? São algumas questões que não estão nem perto de serem respondidas, isso porque ao longo do filme Knull aparece só mais umas 2 vezes, sentado, resmungando e nas sombras. Toda a ação acontece na terra com os aliens genéricos e indestrutíveis caçando os protagonistas.
Brock estava no México, e ele diz conhecer alguém em Nova York que pode ajudar a limpar seu nome, já que ele havia sido incriminado pela morte do policial do segundo filme, uma das poucas que de fato ele não cometeu. O mais incrível é que mesmo após saber que uma entidade cósmica maligna também está atrás dele, ele continua achando que ir para Nova York para limpar seu nome é uma excelente ideia. E claro, como ele não possui recursos e não pode se transformar por completo sem ser rastreado pelos aliens, ele vai a pé e de carona, ou de qualquer jeito idiota que conseguir. Mas enquanto isso temos a divisão da área 51 que acontece de ter uma tecnologia capaz de fazer reconhecimento facial a partir de qualquer câmera de segurança, mesmo que seja uma nos cafundós de um bar pé sujo no México.
A partir daí temos algumas cenas de ação que não são nem um pouco inspiradas, nada que já não tenha sido feito melhor nos dois primeiros filmes. Até mesmo a relação de Brock com Venom que é até certo ponto divertida no segundo filme, não ganha nenhuma outra nuance aqui. Essa suposta despedida dos dois, que deveria ganhar contornos dramáticos é apenas mais do mesmo.
Existem outras várias coincidências que são risíveis, e cenas que fazem com que olhemos em retrospecto para filmes como Morbius com um certo carinho. Chega ao ponto de no final nos depararmos com uma espécie de Power Rangers de Venoms, ou uma família Shazam de Venoms, como queira, o que importa é que até o episódio mais fuleiro de Power Rangers consegue entreter mais que este filme.
Venom: A Última Rodada, acredite se quiser, ainda conta com 2 cenas pós créditos, a última delas, vindo após todos os créditos finais, completamente inútil. Saber que esta versão do personagem ganhou um fim é um alívio, mas saber que a Sony ainda pode ter planos para este Venomverso é assustador.
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