PUBLICADO EM 25/04/2025

Screamboat: Terror A Bordo

 

Screamboat: Terror A Bordo

Após cair em domínio público o curta Steamboat Willie virou um prato cheio para ser explorado nessa safra de filmes de terror que parecem muito mais paródias do que qualquer outra coisa, como Ursinho Pooh: Sangue e Mel. Neste caso específico a produção são dos mesmos criadores de Terrifier, então já da pra saber mais ou menos o que se pode encontrar.

Na trama, em uma balsa na noite em Nova York, passageiros e tripulantes são caçados por um rato impiedoso, e o que deveria ser uma travessia tranquila se transforma em um massacre sangrento.

Este fiapo de roteiro é utilizado para que um desfile de gore aconteça, e por mais que tudo ao redor implore para não se levar nada disso a sério, é impossível deixar passar a falta de cuidado com coisas simples. Para começar a caraterização do Willie, que na real nem parece o Mickey, lembra muito mais o Lester, personagem do programa infantil O Mundo de Beakman, parece apenas um homem vestido de rato, com uma maquiagem levemente mais elaborada.

O que deixa tudo mais ridículo é que ele tem basicamente o tamanho de um rato normal, então vemos diversas vezes um boneco agarrando o pescoço das pessoas, ou então o diretor Steven LaMorte apelando pra uma edição confusa e cheio de closes pra não mostrar exatamente o que está acontecendo. O uso do chroma key também é risível. No quesito proporção eles simplesmente largaram mão de vez, pois na mão do rato um arpão tem o tamanho proporcional ao dele, mas quando ele atravessa alguém o arpão magicamente fica do tamanho de uma pessoa normal.

Das primeiras duas vezes que vemos o rato em ação pode até ser engraçado, mas aguentar isso por 1h40 faz o riso ser de desespero ao final. Nenhuma das mortes chega a ser realmente elaborada, ou ser realmente grotesca, como acontece em Terrifier pelo menos. Ainda comparando com Terrifier, David Howard Thornton, que interpreta o Palhaço Art e aqui o rato maldito, não consegue fazer nada em termos de atuação devido a forte maquiagem.

Além do conceito do filme em si, o longa ainda faz várias “homenagens” ao outras produções da Disney, colocando garotas parecidas com as princesas clássicas como Cinderela, Bela Adormecida e Jasmine, só pra serem mortas pelo rato. Também são inseridos nos diálogos trechos de músicas famosas como A Whole New World de Aladdin ou Can You Feel the Love Tonight de O Rei Leão, mas é tudo tão banal e jogado e que só fica ridículo. Na verdade falta coragem de enfrentar um proceso da Disney e fazer logo um filme paródia nos moldes de Todo Mundo Em Pânico, seria mais honesto pelo menos.

Mas pra ser justo, esse é o tipo de filme que levanta questionamentos sobre a sétima arte, como por exemplo: será que que já não existem filmes o suficiente no mundo? Num geral. Veja bem, se eu assistir um filme diferente por dia pelo resto da minha vida eu acho que não conseguiria ver todos os filmes já produzidos, então é necessário que MAIS filmes seja feitos? Ainda mais filmes desse tipo?

Enfim, assista por sua conta e risco, se quiser reunir a galera a dar risada de coisas toscas em tela, fique a vontade, mas eu acho que seu tempo pode ser empregado em algo que seja minimamente mais interessante.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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