Em 2002 um crime chocou o Brasil e se tornou um dos casos policiais mais famosos do país, com ampla repercussão popular e na mídia. Suzane von Richthofen e seu namorado Daniel Cravinhos, que com participação do irmão de Daniel, Cristian Cravinhos, assassinaram os pais de Suzane, Manfred e Marísia von Richthofen.
Este caso foi transformado em um projeto diferente, dois filmes: A Menina Que Matou Os Pais e O Menino Que Matou Meus Pais, ambos dirigidos por Maurício Eça, que contam as versões diferentes dos depoimentos de Suzane e Daniel, interpretados por Carla Diaz e Leonardo Bittencourt.
A ideia apesar de interessante se torna problemática a partir do momento em que as duas versões dos fatos são bastante semelhantes. Seria facilmente possível ser feita uma terceira versão, editada com ambos os depoimentos num filme de duração um pouco maior sem grandes perdas.
Apesar da ampla cobertura e do vasto material disponível para ser usado de base, os longas se concentram nos depoimentos, que são claramente enviesados, tentando jogar a culpa para o outro lado, ou seja, não se chega a nenhuma conclusão do que seria a verdade.
As atuações de ambos os protagonistas são boas, talvez a única ressalva seja em alguns momentos um sotaque paulista muito forçado de Carla Diaz, mas de qualquer maneira ela tem um pouco mais de destaque. Os coadjuvantes não tem muito espaço para aparecer, mas algumas das atuações passam muito a impressão de novela da Globo, e daquelas não muito boas.
Em dois momentos bem específicos o diretor tenta uma quebra da quarta parede, que não conversam muito com o restante dos longas. Tecnicamente como um todo os filmes não são de encher os olhos, sem falar em momentos em que a história para e dá lugar a um videoclipe com músicas da época, ai vai da opinião de quem acha ok ou simplesmente brega.
Ao final temos um projeto que se beneficia tento chegado direto ao Amazon Prime Video, deixando mais fácil do público assistir os dois filmes, diferente do que seria se o lançamento fosse no cinema. Não há dúvida de que chamará a atenção de muita gente, dado o interesse pelo caso, mas é inegável a sensação de oportunidade desperdiçada, dada a riqueza do material base.
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