PUBLICADO EM 13/01/2020

Adoráveis Mulheres

 

Adoráveis Mulheres

Greta Gerwig estreou na direção em 2017 com Lady Bird: A Hora de Voar, um retrato franco e leve sobre uma adolescente dos tempos atuais, agora com Adoráveis Mulheres, ela revisita a obra de Louisa May Alcott, para falar novamente sobre a juventude feminina, desta vez no meio do século 19.

A trama gira em torno da família March e suas adoráveis e energéticas filhas Jo (Saoirse Ronan), Meg (Emma Watson), Amy (Florence Pugh) e Beth (Eliza Scanlen). Cada uma tem uma habilidade artística específica (escrita, atuação, pintura e música) e personalidades bem distintas, mas sempre apoiam umas as outras e a química entre elas na tela é explosiva, é muito crível que essa família possa ter existido.

Os EUA estão no meio da Guerra Civil e o pai vai para a batalha, tendo que deixar elas e a sua mãe (Laura Dern) se virando por conta própria. Falta de dinheiro e a preocupação com o futuro rondam o tempo todo a humilde casa das moças, que apesar de tudo nunca perdem a alegria.

Gerwig mostra uma nítida evolução desde seu primeiro longa. Muito mais segura, ela tem total domínio da narrativa e utiliza o recurso do flashback muito bem. Ao longo do filme voltamos um pouco para o passado para preencher algumas lacunas e presenciar momentos chave das personagens. As transições são feitas de maneira orgânica e a montagem nunca se precipita.

As duas grandes joias do filme são Saoirse Ronan e Florence Pugh. Ronan é quem conduz a narrativa na maior parte do filme, sua personagem tem o gênio mais difícil e é sempre a primeira a se impor e tomar as rédeas da situação (e da própria vida, coisa não muito comum naquela época). Enquanto Pugh é a que passe talvez por um amadurecimento mais visível em tela. O elenco de apoio também é muito bom (Timothée Chalamet, Marryl Streep, Louis Garrel, Chris Cooper).

Com um roteiro bastante redondo Gerwig consegue ser bastante honesta com as questões femininas de emancipação e busca de diretos. E apesar das perdas e do duro aprendizado o final consegue ser bastante satisfatório pra quem deseja ver um final feliz, seja qual for a sua concepção disso.

Nós estamos no Facebook e você também pode nos achar no Instagram, e Twitter, curta as páginas e fique por dentro do UNIVERSO REVERSO.

 

  4

 

SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


RELACIONADOS