PUBLICADO EM 25/07/2022

Agente Oculto

 

Agente Oculto

Agente Oculto chega ao catálogo da Netflix com a banca de ser o blockbuster de maior custo de produção do serviço de streaming, batendo Alerta Vermelho. A grande diferença é que o clima do novo filme é mais sério.

Na trama, baseada no livro de Mark Greaney, o agente da CIA Court Gentry (Ryan Gosling) foi solto da prisão e recrutado por Donald Fitzroy (Billy Bob Thornton). No passado, Gentry foi um habilidoso “negociante da morte”, mas agora ele é o alvo. Lloyd Hansen (Chris Evans), um antigo colega da CIA, inicia uma perseguição global para destruí-lo.

A verdade é que mesmo com todo o investimento, ótimos nomes no elenco e tendo direção de Joe e Anthony Russo (Vingadores: Ultimato), o longa passa uma sensação extremante genérica. Como filme de espionagem, qualquer 007 se sai muito melhor, mas é na ação que a decepção é mais profunda. Muitas cenas picotadas e cheias de fumaça, que parecem propositalmente encobrir qualquer tipo de defeito aparente. Existem tomadas feitas aparentemente com drones, que geram mais estranheza do que qualquer outra coisa.

Gosling interpreta mais uma versão do cara calado e sisudo, não muito diferente do que ele já fez em Drive ou Blade Runner 2049, e por raras vezes um pequeno vislumbre do tom de humor de Dois Caras Legais. Se você for fã do ator saíra satisfeito, mas não espere nada inovador. Evans apesar de bem diferente do papel de bom moço costumeiro, é uma bela caricatura de vilão, sem o mínimo de profundidade. Ana de Armas por sua vez esbanja carisma, mas novamente parece apenas uma versão do que já havia feito em 007: Sem Tempo Para Morrer.

O bom elenco de apoio com Jessica Henwick, Regé-Jean Page, Alfre Woodard e Wagner Moura pouco tem a acrescentar, com exceção de Billy Bob Thornton que tem um pouco mais de destaque.

O roteiro segue um padrão básico sem se arriscar nem um pouco, e existem cortes pulando de um país para o outro de forma difícil de serem justificadas. E todo o dinheiro parece ter sido destinado ao cachê dos atores, pois quando existem efeitos especiais de explosões e coisas do gênero, é nítido a falta de cuidado e acabamento.

Sendo justo, o longa é mais decepcionante pelo tamanho de sua produção do que propriamente ruim, pra quem busca um entretenimento sem muito compromisso e tiver afeição prévia pelos atores deve conseguir se divertir, mas é nítido que falta muita personalidade para Agente Oculto se tornar uma grande franquia de ação tão relevante como a Netflix deseja.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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