Amor e Monstros é um projeto da Paramount Pictures que teve lançamento limitado nos cinemas dos Estados Unidos e aluguel digital no final do ano passado, e por conta da pandemia de covid-19, achou na Netflix uma parceira na destruição internacional.
O filme poderia ser apenas mais um entre tantos projetos que tratam de um mundo pós-apocalíptico e tentam transitar entre os gêneros de comédia, aventura e romance, mas devido ao cuidado dos envolvidos e um foco bastante definido, ele acaba sendo uma grata surpresa.
Sete anos depois de um apocalipse com monstros gigantes, a humanidade se vê obrigada a viver em colônias subterrâneas. Quando Joel Dawson (Dylan O’Brien) consegue se reconectar via rádio com sua antiga namorada, a paixão ressurge. Mesmo com Aimee (Jessica Henwick) vivendo a quase 130 km de distância, Joel percebe que não há nada que o prenda ao subterrâneo e resolve partir para encontrar seu verdadeiro amor, apesar de todos os perigos no caminho.
Depois do mundo atual ser estabelecido com cenas bem impactantes e de conhecermos nosso protagonista e suas motivações, embarcamos numa aventura muito satisfatória. O’Brien consegue entregar um protagonista carismático, que precisa aprender a viver nessa nova realidade encarando seus traumas passados. Apesar do mundo estar tomado por criaturas bizarras, ele conhece ao longo do caminho alguns outros personagens bem interessantes e cativantes que vão desde um cachorro, uma criança e até um robô, que proporciona uma das cenas mais bonitas do filme.
É importante salientar o ótimo trabalho feito no design das criaturas, que conseguem por vezes se disfarçar ao ambiente e ser ameaçadoras, e da merecida indicação ao Oscar de Efeitos Visuais, tendo em vista que o longa tem orçamento de 30 milhões de dólares, um valor não muito alto comparado a outras super produções.
Em nenhum momento o filme tenta ser mais do que ele é, sempre muito ciente do seu objetivo de levar o protagonista do ponto a ao ponto b sem firulas, absurdos ou grandes reviravoltas. Apesar de clichê, em quase tudo em que se propõem, Amor e Monstros acerta.
Com um clima good vibes, apesar dos perrengues no caminho, o longa diverte e entretém muito bem todas as idades e deixa um mundo muito rico para ser explorado num futuro.
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Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.
