PUBLICADO EM 31/01/2024

Argylle – O Superespião

 

Argylle – O Superespião

O diretor e roteirista Matthew Vaughn já deixou bem claro seu estilo de ação com a franquia Kingsman, com sequências de ação eletrizantes e muita pancadaria, e aquele toque de absurdo, chegando a ser as vezes até meio cafona. Em Argylle – O Superespião tudo isso parece estar presente, só que anabolizado.

Na trama do longs, Elly Conway (Bryce Dallas Howard) é uma reclusa autora de uma série de romances de espionagem, cuja ideia de felicidade é uma noite em casa com seu computador e seu gato, Alfie. Mas quando as tramas dos livros fictícios de Elly – sobre o agente secreto Argylle (Henry Cavill) e sua missão de desvendar um sindicato global de espionagem – começam a espelhar as ações secretas de uma organização de espionagem da vida real, as noites tranquilas em casa ficaram só na lembrança.

O telespectador começa acompanhando a história dentro da história, e como modo de fazer uma homenagem a histórias clássicas de espião e romances baratos, tudo é exagerado, incluindo o cabelo de Cavill que por si só pode ser considerado uma piada. Isso não exclui o fato de ter alguns efeitos especiais bem duvidosos, para dizer o mínimo.

A transição da ficção para realidade da escrito é divertida, com Elly inclusive tendo delírios com o agente Argylle quando Sam Rockwell entra em cena, interpretando um espião de verdade, mostrando que nem tudo é tão glamoroso quanto na ficção. Inclusive esse trunfo poderia ter sido melhor explorado.

A um pouco de repetição na piada entre Rockwell e Cavil, mas pelo menos pra mim funcionou todas as vezes. A partir daí temos o mais puro pastelão de filme de ação e espionagem, como se 007 ou Tom Cruise simplesmente desistissem de se levar tão a sério.

Tem plot twist “mirabolante”, cenas de ação com coreografias absurdamente bregas (e ótimas), tudo isso com uma trilha sonora de discoteca dos anos 70. Se alguém tem coragem de fazer isso esse alguém é Vaughn. Uma pena que existam erros bobos e quase amadores de continuidade. Como tamanho do vestido da protagonista, que do nada encurta, ou o fato dela estar patinando num local inundado de petróleo e praticamente não se sujar. Falta capricho nos detalhes.

Todos os atores parecem se divertir em cena, principalmente Cavill, que acaba ficando de lado do meio pro fim do longa, assim como outros grande nomes do elenco. Bryce Dallas Howard esbanja carisma assim como em Jurassic World, por exemplo, mas Sam Rockwell parece ficar um pouco mais apagado pelo direcionamento de seu personagem, que poderia ser mais solto.

O filme guarda algumas surpresas para o final, e deixa uma ótima oportunidade para estabelecer uma nova franquia, assim como foi Kingsman, que parece ter ficado um pouco desgastado. Argylle com o trunfo da metalinguagem pode ter mais possibilidades no futuro, mas consegue estabelecer uma boa base pra quem já curte este estilo de ação farofa do diretor.

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  3.5

 

SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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