As Tartarugas Ninja tem um histórico enorme de sucesso em toda mídia que chegam, desde sua criação em 1984 nos quadrinhos escritos por Kevin Eastman e Peter Laird, passando pelas inúmeras séries de tv, os bonecos, filmes e videogames. É difícil alguém que não tenha tido contato com elas, por estarem presentes de maneira tão significativa em várias mídias distintas e sempre se renovando para novos públicos. E em Caos Mutante, nova animação que chega aos cinemas, não é diferente.
Na trama do filme, após anos se escondendo dos humanos, os irmãos Leonardo (Nicolas Cantu), Raphael (Brady Noon), Donatello (Micah Abbey) e Michelangelo (Shamon Brown Jr.) decidem fazer atos heróicos para tentar conquistar os corações dos nova-iorquinos e serem aceitos como adolescentes normais. Com a ajuda de sua amiga April O’Neil (Ayo Edebiri), eles enfrentarão um misterioso sindicato do crime que é composto por animais mutantes.
Estamos num momento excelente para as animações de um modo em geral, e essa nova tendência estabelecida após Homem-Aranha no Aranhaverso (2018), de uma união entre o traço 2D estilizado com a animação 3D é simplesmente linda, dando mais espaço para os criadores fazerem algo cheio de personalidade. Mesmo seguindo a mesma tendência, o próprio Aranhaverso tem seu estilo, enquanto Gato de Botas 2 : O Último Pedido, parte para uma arte mais aquarelada, próximo a livros de fábulas. Já em Caos Mutante, o traço é mais caricato, com texturas onde é possível ver rabiscos, algo mais próximo grafitti, ou algo mais descolado e jovem, já estamos lidando com tartarugas mutantes adolescentes.
O design dos personagens também é ótimo, apesar de parecidos, os protagonistas tem leves mudanças que os deixam distintos, como ser ligeiramente mais alto e forte, ter uma cabeça mais arredondada ou oval, cicatrizes mais na barriga e casco. Tudo isso sem exagerar demais como acontece nas animações mais recentes para tv. Existem ainda personagens com a cara meio torta, e claro os mutantes que em geral são muito maneiros, principalmente Bebop (Seth Rogen) e Rocksteady (John Cena).
Outro destaque é a ótima trilha sonora escolhida, ela ajuda a dar um ritmo agradável para o longa além de dar um clima e identidade bem jovem e atual. E esse é outro acerto, apesar de respeitar as origens do grupo, o filme toda algumas liberdades para criar sua própria versão da origem delas e como a história vai se desenrolar daqui pra frente. Além de claro mirar no público mais jovem, com várias citações a figuras da música pop, uso de redes sociais e tão a buscada identidade própria e aceitação.
O roteiro é bem simples, apesar de termos cinco roteiristas creditados, entre eles Seth Rogen, que também atua como produtor, e parece ser o cara apaixonado pelo projeto, que decidiu apostar no básico para iniciar esta nova fase para as tartarugas. As motivações são básicas e a relação das tartarugas com o Mestre Splinter (Jackie Chan) poderia ter sido mais aprofundada, mas de qualquer forma funciona, e o vilão Supermosca (Ice Cube) é bem construído, apesar de sua ligação com os heróis também poder ter sido melhor explorada.
As cenas de ação ao longo da animação são muito divertidas, mas o final meio que descamba para um grande ato de ação um pouco genérico, mas nada que chegue a prejudicar muito. Caos Mutante é uma ótima opção para toda família, conseguindo novamente juntar gerações de fãs dos quelônios, mas abrindo uma nova perspectiva para o futuro que parece promissor.
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