Em Aves de Rapina, encontramos uma Arlequina (Margot Robbie) que finalmente terminou seu turbulento relacionamento com o Coringa e quer finalmente se ver livre da sombra de seu ex-namorado psicótico. Infelizmente nada é tão fácil e graças a sua personalidade peculiar capaz de irritar muita gente, ela acaba virando alvo de todos aqueles que acham que ela não consegue se virar sem a proteção do Mister C, principalmente Roman Sionis (Ewan McGregor) também conhecido como o mafioso Máscara Negra.
Logo de início temos uma pequena recapitulação da origem da personagem, em forma de animação, um recurso super eficaz e charmoso, dando um tom leve ao longa. Em seguida nós temos a confirmação dese tom leve e cômico, com a narração em off da personagem e a cena do sanduíche de ovo. É quase o mesmo efeito da cena de abertura de Guardiões da Galáxia 2, com o Baby Groot dançando em primeiro plano enquanto a ação desenfreada acontece ao fundo, o que importa aqui é a diversão, e também a simplicidade (vide o sanduíche de ovo).
As outras protagonistas do filme vão sendo apresentadas aos poucos e sempre com um flashback estratégico quando necessário, sem muitos exageros, tirando um pouco da linearidade do roteiro e ganhando em dinamismo. Renee Montoya (Rosie Perez) tem a trama mais básica da policial que tenta lutar contra o sistema engessado e machista pra ter sua voz ouvida. Cassandra Cain (Ella Jay Basco) é uma jovem ladra que ao tomar posse de um item muito valioso se vê no centro de uma enorme disputa. Dinah Lance/Canário Negro (Jurnee Smollett-Bell) trabalha para Sionis e assim como Arlequina quer sua emancipação, e por fim a Caçadora (Mary Elizabeth Winstead) está em sua trilha de vingança e apesar de aparentemente ter menos tempo de tela que as demais, deixa um gosto de quero mais para acompanharmos outras aventuras da personagem.
As cenas de ação de filme são incríveis, cruas, vicerais e divertidas, claro! Isso se deve ao fato da equipe que trabalhou em John Wick estar presente, além da ótima desenvolturas das atrizes.
As vezes a sombra do Coringa se faz presente até demais, algo que poderia ser evitado, mas pelo menos ele não chega a aparecer no longa. Um acerto é não terem esquecido do passado da Dr. Harleen Quinzel, afinal ela era uma grande psiquiatra antes de se tornar Arlequina.
Uma trama de roubo e máfia simples, contada de um jeito divertido, com pancadaria franca e sem muitas firulas é a receita certeira para fazer um filme muito agradável que apaga qualquer trauma deixado por Esquadrão Suicida (2016), onde nossa protagonista debutou.
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Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.
