PUBLICADO EM 16/08/2023

Besouro Azul

 

Besouro Azul

Chegando num momento delicado e de restruturação do DCU, o universo compartilhado de heróis como Batman, Superman, Mulher-Maravilha, entre outros, Besouro Azul é uma aposta improvável. Ele faz parte de projetos um pouco mais antigos da DC, na qual fazia parte por exemplo o finado filme da Batgirl, que nunca viu a luz do dia, inclusive sendo inicialmente pensado para ir para o streaming, mas ganhou seu lançamento nos cinemas. E por mais que tudo nisso aponte para mais uma decepção dos fãs, encontramos uma grata surpresa.

Na trama, o recém-formado, Jaime Reyes (Xolo Maridueña) volta para casa cheio de expectativas para o futuro, mas logo descobre que seu lar não é mais o mesmo. Enquanto tenta encontrar seu propósito no mundo, o destino intervém e faz chegar às mãos de Jaime uma antiga relíquia da biotecnologia alienígena – o Escaravelho. Quando o Escaravelho escolhe Jaime como seu hospedeiro simbiótico, sua vida muda para sempre.

Por mais que possa parecer contraditório o que irei dizer, um dos grandes trunfos do longa é não se preocupar tanto com o universo de heróis como um todo, mas focar em apresentar este novo herói. Óbvio que existem menções e piadas com Batman e Flash por exemplo, mas isso não é usado de muleta para alavancar o novo herói, ele acerta, e também erra por seus méritos próprios, com possibilidades de expandir aquele seu próprio cantinho do universo.

Toda a questão familiar, e a importância dela, ainda mais se tratando de latinos, poderia soar forçada, ou superficial, mas graças ao carisma de todos os envolvidos funciona muito bem. Diferente de um Shazam 2 onde existem membros da família que você nem lembra que existem, aqui cada um pelo menos tem uma boa presença, com destaque para o tio Rudy Reyes (George Lopez).

Maridueña, assim como já havia demonstrado em Cobra Kai, tem muito carisma e talento, e consegue segurar o peso do protagonismo facilmente, e sua química com Bruna Marquezine, que tem um papel de grande destaque, é imensa.

Por outro lado, os vilões do filme são o ponto baixo, Susan Sarandon apensa cumpre tabela e Raoul Max Trujillo é um simples capanga de luxo, por mais que até tentam dar uma motivação maior para ele. A verdade é que toda a parte da ação é bem genérica, tudo que é visto aqui já foi feito antes, e bem melhor inclusive.

O traje do Besouro tem um design interessante, mas a interface que aparece é meio estranha. O fato dele não ter total controle do que faz sendo auxiliado por uma IA no começo pode ser meio irritante, mas pelo menos faz parte do desenvolvimento e aprendizado dele como herói. A transformação dele também é interessante, não sendo algo legal ou descolado, mas puxando até um pouco pra algo mais bizarro e dolorido, como num terror, mas o inconveniente dele perder as roupas toda vez que isso ocorre vai fazer quem teve essa ideia se arrepender em algum momento.

O tom do humor é bem colocado, e as piadas com referências mexicanas são ótimas e curiosamente também muito reconhecíveis para o público brasileiro. Besouro Azul aposta no simples, e entre erros e acertos, acaba saindo com um saldo positivo, e realmente deixando vontade de saber um pouco sobre este novo herói, que promete iniciar este novo caminho traçado pela DC.

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  3.5

 

SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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