Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa é a primeira aparição live-action de um dos principais personagens de Maurício de Sousa nas telonas. Após o sucesso de público e crítica dos filmes da Turma da Mônica, Laços (2019) e Lições (2021) e da decepção que foi Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo, os fãs da turminha tem novos motivos para sorrir.
Na trama do longa, Chico (Isaac Amendoim) e sua turma da Vila da Abobrinha se unem em uma aventura para salvar uma goiabeira nas terras do Nhô Lau (Luis Lobianco), já que Dotô Agripino (Augusto Madeira) tem planos para construir uma estrada no local.
A trama simples é um tiro certeiro que casa perfeitamente com tudo que o personagem representa: a simplicidade do campo, o olhar com carinho sobre a natureza e o bom humor infantil certeiro. E tudo isso se concentra na figura de Amendoim, que é uma escolha fantástica para protagonizar o longa. Um carisma absurdo e um timing ótimo para as piadas, ele consegue dar vida ao personagem de forma incrível, ainda mais para um primeiro trabalho atuando de verdade. O toque dele quebrando a quarta parede e falando com o público caem muito bem, e explora o que de melhor o jovem ator tem.
Além disso todo o casting é muito bem feito, mesmo que nem todas as crianças sejam incríveis, elas pelo menos agem de fato como crianças e não como robôs em tela. Existem também excelentes participações especiais, como as de Débora Falabela como a Professora Marocas e Taís Araújo, que só enriquecem ainda mais o filme.
A parte técnica também é ótima, a direção de Fernando Fraiha é inventiva e cheia de vida, e junto com o roteiro que ele também assina ao lado de Elena Altheman e Raul Chequer, apela muitas vezes pro lúdico, que sempre nos faz lembrar da origens do personagem nos quadrinhos e suas adaptações também em desenho animado. Inclusive há um seguimento inteiro de animação que remete a obras como Hora de Aventura, Rick and Morty e claro Irmão do Jorel, que dois dos roteiristas já contribuíram no roteiro.
A fotografia não é apenas a mais bonita de todos desse universo MSP, mas muito mais bonita que de vários outros filmes esse ano. Há um cuidado na representação no jeito de falar caipira, mas que as vezes parece dificultar o trabalho de dicção dos jovens atores, e fica difícil entender claramente o que é dito.
O filme acerta em cheio em conseguir sintetizar tudo que o personagem representa, sem necessariamente adaptar ipsis litteris alguma história específica. Divertido, encantador e nunca se esquecendo que é um filme infantil a Goiabeira Maraviosa com certeza renderá muitos frutos pra toda uma geração que acompanhar essa turminha.
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