Confinado é uma nova versão do filme argentino 4×4 (2019), que inclusive já ganhou um remake indiano em 2022 com o mesmo nome. E a base é a mesma, na trama, o assaltante Eddie (Bill Skarsgård) invade um SUV de luxo acreditando ter encontrado o alvo perfeito, mas cai em uma armadilha mortal. O veículo pertence a William (Anthony Hopkins), um autoproclamado justiceiro que impõe sua própria visão de justiça.
Existe um ponta de crítica social que nunca chega a ser muito bem desenvolvida, é muita citação de Dostoiévski, Karl Marx, o senso de justiça e apropriação de bens, mas nada vai muito além da superfície. O começo do filme além de mostrar um lado mais humano do protagonista, para tentar justificar suas ações, existem imagens focando nos moradores de rua e a decadência da cidade, algo que não leva pra lugar nenhum.
A partir daí o longa fica centrado apenas no interior do carro, com Eddie tentando sair do seu confinamento e de quebra sofrendo torturas físicas e psicológicas. Apesar de tentar sempre gerar uma nova dinâmica as coisas acabam ficando meio repetitivas em determinado ponto.
Skarsgård consegue com o pouco que tem levar o filme nas costas até o final, mesmo que toda parte melodramática com sua filha ser bem previsível. Não é necessário dizer que Hopkins é um dos melhores atores em atividade, mas aqui ele tem muito pouco o que fazer, emprestando sua voz e só tendo uma pequena participação presencial perto do fim.
O diretor David Yarovesky (Brightburn: Filho das Trevas) não chega a comprometer, mas também não acrescenta nada a trama extremamente simplista. Falta substância para Confinado se tornar realmente relevante e o que justifica tantas versões deste filme em um espaço tão curto de tempo é um mistério, a não ser a preguiça de gringo ler legendas provavelmente.
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