Dando margem à escrita que carregava em si a filosofia e a política, Sartre foi um dos mais notáveis pensadores acerca do existencialismo. De maneira geral, essa corrente exalta que a vida deve ser repleta do conhecimento sobre a própria essência. Partindo dessa premissa, temos uma das frases mais famosas de Sartre: “A existência precede a essência”, como forma de demonstrar que deve haver foco no que diz respeito à condição humana.
Nascido em Paris, em 21 de junho de 1905, Sartre tivera uma vida em que participou ativamente da política que criticava em seus livros. Após conhecer Simone de Beauvoir, a dama da literatura que se casara, fora recrutado para lutar na 2º Guerra Mundial – sendo que, durante esse período, também foi prisioneiro de guerra dos alemães. Quando finalmente se libertou da mão dos nazistas, resolveu se aproximar da ideologia comunista, o que refletiu nas suas publicações na revista “Les Temps Modernes”, jornal esquerdista da época.
Assim como concluído pelo Humanismo, mesmo que desamparado, o homem aceita o que ele é. Talvez seja por isso que Sartre tenha apoiado movimentos revolucionários como a libertação da Argélia, a Revolução Cultural da China e outros estudantis em 1968. Mesmo com o mundo inteiro em caos, Sarte internalizava a filosofia de que deveria aceitar aquela condição, e assim lutar por ela – por mais que soubesse que, das vertentes existencialistas, ainda houvesse resquício do pessimismo do “desejar, não alcançar e assim fracassar”. Havia a possibilidade de continuar sendo um homem tomado pela náusea.
Até porque o existencialismo prega a maneira paradoxal que o livre arbítrio funciona: estamos a todo instante escolhendo o que somos, constituindo nossa essência. Entretanto, agimos de acordo com a voz de nossa consciência, com nossos fundamentos morais. Se assim não o usarmos com responsabilidade, podemos agir de forma incoerente, incorreta. No caso de um crime, o livre arbítrio, pensando dessa maneira, seria o culpado por nos condenar – é claro que isso gera um grande debate, mas é o que pode ser compreendido, de forma superficial. Mais resumido que isso, apenas a frase em que diz: “o homem está condenado a ser livre”. Qualquer que seja nosso movimento no jogo da vida, podemos ter de voltar inúmeras casas, e talvez nunca mais avançar.
Por mais que precisemos de coragem para enfrentar o existencialismo e suas contradições, Sartre acredita que um indivíduo age de má fé no momento em que abre mão de sua própria liberdade para entrar em estado de conformismo com a sociedade. Esses, portanto, não são sujeitos, mas sim objetos da própria vida.
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