PUBLICADO EM 28/02/2024

Duna: Parte 2

 

Duna: Parte 2

Depois de pouco mais de dois anos da estreia da primeira parte de Duna, assinada por Denis Villeneuve, temos agora a conclusão do maior épico de ficção científica de todos os tempos, com toda a pompa e circunstância que a obra de Frank Herbert merece.

O primeiro filme já é ótimo, mas deixa o espectador com um gostinho de quero mais na boca, justamente por dividir a história do livro na metade, aqui ele se aprofunda na cultura Fremen e tem as partes mais intensas com a guerra entre os Fremen e os Harkonnen eclodindo.

O filme explora a jornada mítica de Paul Atreides (Timothée Chalamet) enquanto ele se une a Chani (Zendaya) e os Fremen em uma guerra de vingança contra os conspiradores que destruíram sua família. Diante de uma escolha entre o amor de sua vida e o destino do universo conhecido, ele se esforça para evitar um futuro terrível que somente ele pode prever.

Um dos grandes temas de Duna é o fanatismo religioso e a concepção de um messias, um escolhido para libertar o povo oprimido, e Villeneuve consegue captar isso com excelência, se tornando o centro de toda a narrativa desta segunda parte. Vemos a transformação de Paul Atreides em Usul quando ele consegue provar que pode ser considerado um igual entre os nativos de Arrakis, e posteriormente em MuadDib, quando ele aceita sua condição messiânica (mesmo que contra sua vontade) pois é o único jeito de conseguir apoio dos Fremen e retomar o controle de Arrakis.

Chalamet faz um trabalho incrível, vemos Paul criar um vínculo com Chani, com cenas muito simples mas marcantes, como a caminhada no deserto, para mais pra frente sentirmos a peso de suas escolhas e da reação de Chani a elas. Novamente ele entrega muito na parte da ação, mas além disso, consegue mostrar a postura de um verdadeiro líder ao erguer sua voz  para falar com as massas.

Zendaya finalmente tem o destaque merecido, e ela consegue passar emoção e sentimento muitas vezes apenas com o olhar. Jessica (Rebeca Fergusson) também tem uma virada de chave na sua personagem, muito mais decidida e tomando as rédeas da situação, estando certa ou não.

A fotografia de Duna é algo esplendoroso, o deserto é capitado de uma forma nunca antes vista, ele é opressivo, misterioso, mas ao mesmo tempo belo. Quando o filme tem uma breve mudança de foco para apresentar Feyd-Rautha (Austin Butler) e tudo fica preto e branco, é um toque de mestre. Inclusive Butler está ótimo, como o vilão simplesmente cruel e sádico, aproveitando muito bem o tempo de tela que lhe é dado.

Todos os efeitos sonoros, seja nas batalhas ou dos vermes gigantes é absurdamente fantástico, você sente tudo tremer, e a trilha sonora faz você ficar arrepiado em diversos momentos, sem dúvida um dos melhores trabalhos de Hans Zimmer.

Duna: Parte 2 é uma experiência cinematográfica completa, em todos os sentidos ele é executado com excelência. É intenso, brutal, elegante e vistoso, Assim como Paul Atreides, Villeneuve deixa o medo de lado e faz uma grande adaptação de uma grande obra, que irá reverberar por muitos anos.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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