PUBLICADO EM 06/04/2023

Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes

 

Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes

O RPG, ou Role Playing Game, jogo de interpretação de personagens, influenciou diversos outros jogos, séries e filmes. O mais famoso de todos, Dungeons & Dragons, que inspirou a série animada dos anos 80, e que também aparece em séries de sucesso como Stranger Things, nunca teve uma adaptação digna para os cinemas, até agora pelo menos com o lançamento de Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes.

O longa, dirigido pela dupla Jonathan Goldstein e John Francis Daley, que também escreve o roteiro ao lado de Michael Gilio a partir do argumento criado por ele e Chris McKay, captura bem a essência do que pode ser uma partida de RPG com os amigos: divertida, emocionante e muitas vezes caótica.

Na trama da aventura, o bardo Edgin (Chris Pine) e a bárbara Holga (Michelle Rodriguez), estão presos após o roubo de uma relíquia que acabou mal. Ao se livrarem da prisão eles precisam reunir um grupo para deter Sofina (Daisy Head), a Maga Vermelha de Thay, que os enganou, e irá liberar um antigo mal em Nevenunca.

A trama se inicia em determinado ponto da história e o flashback é usado e abusado para termos um compreensão total dos fatos. Há sempre uma progressão de objetivos no roteiro, como fugir da cadeia, reunir um grupo, buscar um elemento mágico para que possam invadir tal local, etc, as pequenas quests que servem para unir o grupo em um único ideal, mesmo que cada um tenha suas motivações, e estabelecer certos aspectos desse novo mundo fantástico.

Os personagens principais do grupo, no caso Edgin e Holga, tem um desenvolvimento bacana e um background bem estabelecido, já o restante do grupo como jovem mago Simon (Justice Smith), a druida Doric (Sophia Lillis) e o paladino Xenk (Regé-Jean Page), tem ali um básico para conseguirmos estabelecer uma conexão, o que faz sentido já que querer aprofundar demais todos os personagens tomaria um tempo que eles não teriam num filme, mas existe ainda muitas lacunas em suas histórias para serem exploradas.

Hugh Grant como o charlatão Forge está muito a vontade, um dos pontos altos do filme, em termos de interpretação, mas infelizmente o roteiro não ajuda muito, suas motivações são fracas, assim como Sofina, que apesar de ser a grande ameaça deste filme, parece ser apenas um capacho de algo muito maior do que eles planejam lá na frente.

Os efeitos especiais são muito bons, o que é um alívio em meio a tantos problemas de CGI em blockbusters recentes, mas impressiona também o fato de muito uso de efeitos práticos, principalmente em criaturas que aparecem ao longo da jornada. A trilha sonora não chega a se destacar, faltando aquele tom épico que impulsiona a aventura, um tema principal forte faz bastante falta.

Honra Entre Ladrões estabelece uma boa base para uma nova franquia, tem personagens e um mundo interessante, que são abordados a princípio de forma rasa, sem se arriscar muito, mas que entretém e diverte, sendo uma ótima Sessão da Tarde, no melhor sentido da expressão.

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  3.5

 

SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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