Fullmetal Alchemist é um mangá escrito e desenhado por Hiromu Arakawa, publicado entre 2001 e 2010 no Japão, obteve grande sucesso e ganhou duas séries de animes. Em dezembro de 2017 a versão live-action chegou aos cinemas da terra do sol nascente e a Netflix comprou os direitos de distribuição para o resto do mundo em sua plataforma, então apesar do selo de “Original Netflix”, o serviço de streamimg não teve participação nenhuma durante o processo de filmagem.
Para quem nunca teve contato com a obra, ela narra a jornada de dois irmãos, Edward e Alphonse Elric, que vivem num mundo fictício, onde a alquimia é uma ciência desenvolvida, e quando a mãe deles morre, tentam trazer ela de volta por meio desta ciência, mesmo isso sendo um tabu. Não é difícil imaginar que as coisas dão errado e eles partem numa jornada para reaver o que perderam ao tentar este perigoso processo.
A adaptação de Fullmetal Alchemist para um live-action não é tarefa fácil, a começar pelos efeitos especiais, que oscilam muito entre o competente e o ruim. A armadura do Alphonse esta muito boa, tirando algum momento ou outro onde tentam fazer seus movimentos parecerem mais naturais. As próteses metálicas de Edward também convencem, embora apareçam muito pouco. Todo o resto parece muito artificial, as quimeras (uma em específico que precisaria ser muito melhor para passar o peso e emoção que a cena exigia), os monstros, que parecem feitos de borracha, e a maioria das cenas onde é usada a alquimia. Mesmo sendo um shonem as lutas nunca foram o ponto alto de Fullmetal, mas era de se espera que num filme este aspecto pudesse se melhor explorado, e infelizmente nenhuma luta chega a empolgar.
Falando da adaptação do enredo, ela é feita de maneira bastante satisfatória, alguns personagens são omitidos e outros recebem destaque maior, para fazer a história fluir melhor, alguns fãs mais hardcore podem não gostar tanto disso, mas os elementos principais estão todos ali, e nada impede que personagens não utilizados aqui voltem para uma possível continuação.
Por vezes o filme perde a mão no humor, não que não devesse estar ali, muito pelo contrário, mas a forma como é colocado flerta com o pastelão, que não funciona aqui nesta adaptação. A caracterização dos personagens, em alguns casos é um problemática. Todo o ambiente emula uma Europa pós Revolução Industrial, mas todos os seus personagens são asiáticos, olhamos para o personagem principal e tudo que vemos é um japonês de peruca loira. Será que era tão necessário manter esta característica no personagem? A personagem da Winry não precisa ter cabelos loiros para ser convincente.
No geral o filme do diretor Fumihiko Sori, não compromete como um Dragon Ball Evolution (2009) ou Death Note (2017) mas também não enche os olhos como Samurai X – O Filme (2012), entre erros e acertos Fullmetal Alchemist fica no meio termo, apenas deixando a esperança que se voltarem a este universo, possam melhorá-lo.
O filme se encontra disponível no catálogo da Netflix desde o dia 19/02. Veja o trailer:
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