PUBLICADO EM 31/03/2021

Godzilla vs. Kong

 

Godzilla vs. Kong

O maior embate possível desse monsterverse arquitetado pela Warner Bros. e Legendary chega no quarto filme da franquia, Godzilla vs. Kong, mas parece que os estúdios ainda não perceberam o que funciona ou não.

O enredo do longa que promete uma batalha épica entre esses dois Titãs, se inicia com Godzilla atacando uma base da Monarch, aparentemente sem motivo. A resposta das autoridades competentes é usar Kong (que sabe-se lá como está preso numa redoma gigante) como guia até a Terra Oca, a fim de achar uma fonte de energia poderosa o suficiente para derrotar o monstro.

O expectador passa o primeiro terço inteiro do filme acompanhando os personagens humanos, que ninguém se importa, enquanto os monstros são apenas coadjuvantes. Só quando o primeiro encontro das feras acontece é que o filme diz a que veio.

Uma porradaria franca no meio do oceano entre esses dois bichões é tudo que os fãs da franquia querem, não existe segredo nenhum. Esse é um daqueles casos que poderíamos deixar o roteiro em segundo plano e apenas aproveitar o espetáculo, mas isso se torna impossível devido a fragilidade da narrativa, cheia de conveniências, facilitações e escolhas sem sentido.

Mesmo depois da revigorante batalha, o filme ainda peca nas tramas humanas. O núcleo de Rebecca Hall e Alexander Skarsgård ainda gera alguma empatia e consegue acompanhar o desenrolar da ação, mas o núcleo da Millie Bobby Brown é enfadonho, e mostra que uma instituição que tem uma segurança tão falha a ponto de não conseguir barrar dois adolescentes e uma paranoico não tinha chance nenhuma contra o Godzilla.

A segunda batalha entre Godzilla e Kong acontece em meio a uma iluminada Hong Kong, dando um charme especial a destruição. E é destruição sem o mínimo de pudor, os humanos que se lasquem, afinal estamos aqui para torcer entre um macaco gigante e um lagartão. A batalha final contra o adversário comum dos Titãs talvez perca um pouco de impacto, muito por conta de ter sido vazado antes quem seria o adversário, mas também por não ter nenhuma cena tão inspirada no nível de Círculo de Fogo, quando um jaeger usa um cargueiro pra bater num kaiju.

Existem momentos onde o diretor Adam Wingard monta suas cenas com músicas inusitadas, fazendo videoclipes que ficam no meio termo entre o estiloso e o ridículo. O visual da Terra Oca não parece tão inspirado, e sem dúvidas ela é subaproveitada, nos resta torcer que pra que ela tenha a chance de ser mais explorada futuramente.

Entre erros e acertos, Godzilla vs. Kong satisfaz quando os protagonistas gigantes se enfrentam, mas perde muito da graça em quase todo o resto. Existe um potencial imenso para explorar a mitologia dos Titãs, mas mesmo depois de quatro filmes ainda ficamos na torcida que isso aconteça.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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