PUBLICADO EM 13/09/2024

Golpe de Sorte em Paris

 

Golpe de Sorte em Paris

Golpe de Sorte é o primeiro filme de Woody Allen totalmente em língua não inglesa, sendo gravado na capital francesa, onde o cineasta encontrou refúgio após deixar Nova York. A mudança se deve as acusações de abuso feitas contra ele e com isso a falta de credibilidade e financiamento de seus projetos.

N atrama do longa, Fanny (Lou de Laâge) e Jean (Melvil Poupaud) parecem o casal ideal – são ambos profissionalmente bem-sucedidos, vivem num lindo apartamento num bairro de alto padrão em Paris e parecem estar tão apaixonados quanto quando se conheceram. Quando Fanny esbarra acidentalmente em Alain (Niels Schneider), um antigo colega de escola, ela fica encantada. Eles logo se encontram novamente e ficam cada vez mais próximos.

O longa tem alguns elementos que consolidaram a carreira do diretor ao longo de sua carreira, como a análise aprofundada do cotidiano e as relações humanas, mas sem o mesmo brilho de outrora, até porque não há qualquer resquício do humor de outrora.

Começamos acompanhando uma possível história de amor clássica, com reencontro de almas gêmeas após tanto tempo e dificuldades impostas devido a diferentes estilos de vida e classe social. Mas conforme as coisas vão acontecendo, parece cada vez mais que estamos acompanhando uma novela do Manoel Carlos, e não uma das melhores. É caso extraconjugal sendo escondido, é detetive particular sendo contratado, crimes acontecem, é a sogra querendo meter o nariz onde não é chamada, etc, com direito a atuação de Melvil Poupaud muito semelhante a qualquer vilão de novela mesmo.

Se Allen tivesse ido para um caminho da comédia mesmo, como uma paródia de um romance policial, talvez tivesse mais sucesso, e se essa foi mesmo a intenção dele, foi bem mal executada. Um exemplo de tom meio fora de lugar é a trilha sonora que sempre entra em alguns momentos, alguns até meio tensos, mas ela é sempre animada e descontraída, não encaixando em nada com os momentos sérios.

A ‘sorte’ no título tem haver com o encontro do casal por acaso no início do filme, mas também o final, que não deixa de ser uma muleta narrativa, por mais que o assunto tenha sido abordado anteriormente. A impressão que fica é que temos um Woody Allen cansado e repetitivo, quase como se tivesse tentando imitar a si próprio, mas sem sucesso.

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  2.5

 

SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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