PUBLICADO EM 04/06/2023

Homem-Aranha: Através do Aranhaverso

 

Homem-Aranha: Através do Aranhaverso

Filme de 2018, Homem-Aranha no Aranhaverso, foi um divisor de águas pro cinema em termos de animação, levando o Oscar na categoria e criando tendência visual pra animações atuais como Gato de Botas 2: O Último Pedido e o vindouro filme das Tartarugas Ninja. Dito isso, tivemos uma grande espera para continuação, ainda mais no modelo de produção a toque de caixa que Hollywood incentiva para ter maior lucro em um curto espaço de tempo. Ao ver o resultado em Homem-Aranha: Através do Aranhaverso, cada segundo de espera vale a pena.

Na trama, depois de um tempo atuando sozinho como Homem-Aranha no Brooklyn, Miles Morales (Shameik Moore) se reúne novamente com Gwen Stacy (Hailee Steinfeld), e acaba sendo catapultado através do multiverso, onde ele encontra uma equipe de Pessoas-Aranha comandadas por Miguel O’hara (Oscar Isaac), encarregadas de proteger a existência do multiverso. Mas, quando os heróis entram em conflito sobre como lidar com uma nova ameaça, Miles se vê confrontando os outros Aranha e precisa repensar o que significa ser um herói para salvar as pessoas que mais ama.

Tudo que o primeiro filme acerta, este segundo simplesmente aprimora, e em todos os aspectos possíveis e imagináveis. Falando apenas da animação em si, tecnicamente é impecável. Aqui mergulhamos de vez em outros mundos de diferentes Pesssoas-Aranha, como o da Gwen ou do Homem-Aranha Índia (Karan Soni) e cada um tem um visual único, como técnicas diferentes de arte e animação. Temos misturas absurdas como um Abutre (Jorma Taccone) da época renascentista, que parece ser feito de papiro no mio do mundo aquarelado da Gwen. E somos completamente arrebatamos com um Aranha-Punk (Daniel Kaluuya) que tem um estilo como se fosse recortes de jornal. É uma mistura absurda mas tudo funciona de uma maneira quase inexplicável. É tão estranho quanto inovador e revigorante.

As cenas de ação são de fazer qualquer um ficar sem fôlego, muitas delas são frenéticas e tem tanta informação e aranhas em tela que poderiam ser apenas uma bagunça, mas é tudo tão bem organizado, que apenas fazem a gente querer ver de novo para pegar todos os detalhes, que são impossíveis apenas em uma assistida.

E mesmo com todo o desbunde técnico e visual o filme não se esquece do que talvez seja ainda o mais importante: uma boa história. O filme já começa arrumando o que poderia ser apontado como um dos pontos fracos do primeiro, dando o destaque e desenvolvimento merecido para Gwen, aqui sua jornada é tão importante quanto a do Miles. E mesmo com ótima ação, o longa toma seu próprio tempo para desenvolver as relações entre os personagens. Miles tem momentos de diálogos profundos e engraçados, com seu pai (Brian Tyree Henry), sua mãe (Luna Lauren Velez) e com Gwen, que conta com uma cena contemplativa no topo de um prédio que é lindíssima.

Até a construção do vilão é excelente. Em meio a uma galeria de vilões dos mais variados e consagrados, escolheram o ilustre desconhecido Mancha (Jason Schwartzman), que tem começa como um alívio cômico, mas que vai se desenvolvendo como uma ameaça real ao multiverso. E conforme seus poderes vão aumentando, a arte ao seu redor vai ficando mais caótica, abstrata e experimental.

Existe um milhão de referências, fan service, ou easter eggs, chame como quiser, mas isso nunca é usado como muleta, apenas incrementa algo que já é especial ou realmente está integrado a trama. Trama essa inclusive que é muito bem amarrada, outra coisa que poderia desandar a qualquer momento devido a quantidade de personagens e da ambição do filme. Mas essa é a questão, este Aranhaverso vê o limite, e simplesmente o ignora.

A única parte ruim é literalmente quando o filme acaba, pois esta é a primeira parte de uma história maior, como já havia sido dito no material promocional, inclusive com a continuação já marcada para ano que vem. Mas o gancho é tão forte que se saísse semana que vem teria gente acampanado na frente do cinema.

Através do Aranhaverso é tudo que poderia se esperar da continuação do ótimo primeiro filme, mas ao mesmo tempo quebra e supera todas as expectativas, dando um show de excelência em tudo que se propõem.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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