Sem dúvida alguma, Homem-Aranha: Sem Volta Pra Casa, é o filme mais esperado do ano. Envolto em muita especulação, expectativa dos fãs e promessa de uma conclusão de arco nessa trilogia protagonizada por Tom Holland, o filme ganha o status de evento, mais do que qualquer outra coisa.
A trama começa do exato momento onde Homem-Aranha: Longe de Casa nos deixou, com a identidade de Peter Parker sendo revelada para o mundo inteiro. Com sua vida virando de ponta cabeça e as consequências sendo sentidas pelas pessoas próximas a ele, como M. J. (Zendaya) e Ned (Jacob Batalon), Peter decide pedir ajuda ao Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch), para que tudo volte ao normal, mas alguma coisa sai errada no feitiço, e vilões de outros universos começam a aparecer na realidade de Peter.
Como havia sido mostrado no material promocional, temos a volta de Alfred Molina como Doutor Octopus, Jamie Foxx como Electro e Willem Dafoe como Duende Verde, três grandes atores, que só pela presença já elevam o nível da produção, mas dentre eles quem rouba a cena é Dafoe, que entrega um personagem muito interessante e vai muito além da nostalgia. Foxx tem sua redenção, com um vilão muito melhor nesta versão e Molina embora esteja muito bem, e proporcione uma grande cena de luta, poderia ter seu personagem mais bem explorado no roteiro.
Roteiro este escrito por Chris McKenna e Erik Sommers, que sabem da responsabilidade e da quantidade de coisas que precisariam se encaixar, apostam no simples, sem muitas firulas, sabendo dosar muito bem a ação o humor e os momentos mais dramáticos, que não são poucos. Esse é momento catártico para o Peter de Holland, tudo que ele passou até aqui é posto a prova, e mais do que lutas e explosões, existem decisões morais e escolhas que precisam ser feitas, e elas irão mostrar de fato que tipo de herói ele é.
É difícil avançar sem comentar spoliers, mas é importante salientar que mesmo com momentos grandiosos, que fazem a plateia agir como se estivesse num estádio de futebol (na minha sessão pelo menos aconteceu isso), o longa consegue focar no principal, que é a jornada de amadurecimento de Peter. Qualquer fã do personagem irá sair muito satisfeito com o que é entregue.
Os efeitos especiais estão excelentes, a ponto do questionamento se a verba de outros filmes do estúdio como Venom: Tempo de Carnificina, não foram desviados pra cá. O diretor Jon Watts, embora não seja tão arrojado, é muito competente nas cenas de ação, e adequa o estilo pra cada tipo de ameaça, seja ela mais brutal, mais fantasiosa e psicodélica ou o grande ato final.
Lembrando que o filme possui duas cenas pós-créditos, que não acrescentam nada a trama em si, com uma delas sendo literalmente um teaser trailer do que vem ai no futuro próximo do MCU.
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Se você acompanhou os rumores da presença de mais de um Homem-Aranha no filme e se encheu de esperança e empolgação com essa possibilidade, você irá abrir um sorriso enorme e sincero quando isso acontece de fato. Toda a interação entre eles é incrível, emocionante, engraçada e tocante.
É preciso dizer que embora os filmes com o Tobey Maguire sejam melhores, a volta de Andrew Garfield ao papel, pra mim particularmente, é ainda mais marcante, dando a sua versão do personagem a chance de uma redenção, e deixa ainda mais claro o quão inferiores foram seus filmes, por não conseguirem tirarem todo potencial que ele podia entregar. E a presença deles não ofusca em nada ao Tom Holland, que tem sua melhor atuação no papel, eles apenas engrandecem a jornada deste Homem-Aranha.
A definição de filme evento, assim como foi em Vingadores: Ultimato, é redefinida, por que não temos diversos personagens, temos apenas um, em versões distintas, e mesmo assim ele não fica devendo em nada ao longa mas ambicioso da Marvel. A carga emocional imposta e ligação de quem acompanhou o personagem por anos em suas diferentes versões, tornam impossível sair indiferente desta experiência.
Seria possível argumentar sobre algumas conveniências de roteiro, principalmente no tocante ao Doutor Estranho, mas olhando como um todo e aquilo que o filme se propõem, tudo isso se torna quase irrelevante. Sem Volta Para Casa entrega entretenimento puro, e acima de tudo, tem um coração gigante.
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