PUBLICADO EM 25/06/2023

Indiana Jones e a Relíquia do Destino

 

Indiana Jones e a Relíquia do Destino

Depois de quinze anos da última aparição da franquia nos cinemas, com o lamentável Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (2008), o arqueólogo mais casca grossa de todos os tempos retorna possivelmente para sua última aventura, pelo menos do que depender de Harrison Ford, que está empenhado em dar um ponto final em todos os seus principais papéis no cinema, assim como aconteceu em Star Wars e Blade Runner.

Relíquia do Destino surge de fato para apagar o gosto amargo que o último filme deixou aos fãs. Os filmes clássicos, principalmente o primeiro, de 1981, definiram o que seria os filmes de aventura modernos, e esta nova entrada resgata essa sensação, sem ficar necessariamente presa ao passado. Existem passagens de ação de tirar o fôlego, com um ritmo bem moderno, ao mesmo tempo que ainda temos resquícios de coisas mais simples, como pessoas sendo nocauteadas com um simples soco surpresa.

A trama do filme se passa no final dos anos 60, no auge da Guerra Fria, e o arqueólogo Indiana Jones (Harrison Ford) está prestes a se aposentar. No entanto, sua afilhada Helena (Phoebe Waller-Bridge) aparece o convidando para partir em uma aventura em busca de uma relíquia perdida que pode mudar o mundo. As coisas complicam quando o impiedoso Jürgen Voller (Mads Mikkelsen) também quer ter posse de tal artefato.

A premissa do filme se baseia num retcon, ou continuidade retroativa, onde logo na cena de abertura embarcamos numa aventura no passado de Indy, graças a tecnologia de rejuvenescimento facial. Somos apresentados a Basil Shaw (Toby Jones) grande amigo do protagonista (que nunca tínhamos ouvido falar) e pai de Helena, e também conhecemos o grande vilão da história.

O CGI está longe de ser mal feito, mas nas partes de grande movimentação caímos no uncanny valley ou vale da estranheza, tanto pela movimentação ou pelo tipo de iluminação usada. Existem também as cenas onde o Ford atual faz coisas que 99% dos senhores de 80 anos de idade não conseguiriam fazer, e temos mais CGI e dublês.

A maioria dos personagens secundários são descartáveis, como por exemplo Antonio Banderas, Shaunette Renée Wilson e até de Boyd Holbrook, que apesar de boa presença em tela com um tom ameaçador, acaba sendo apenas um capanga premium do vilão. O retorno de John Rhys-Davies é bacana para fãs de longa data, mas não passa de um fan service.

O filme arruma algumas pendencias anteriores, transformando em motivações para o personagem, como a questão do seu filho, interpretado por Shia Labeouf no filme de 2008, e emula tudo que fez Indiana Jones se tornar tão querido pelos fãs, incluindo até um ajudante mirim como aconteceu em Templo da Perdição (1981), mas a verdade é que falta um certo charme para nova aventura, o diretor James Mangold é bom, mas definitivamente não é Steven Spielberg.

Indiana Jones e a Relíquia do Destino serve para botar a casa em ordem e dar um despedida digna ao personagem, mas curiosamente lhe falta coragem suficiente para ser a aventura definitiva do herói que marcou gerações. Independe disso, é muito prazeroso ver Indy novamente, e saber que ele pode se aposentar com a sensação de dever cumprido.

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  3.5

 

SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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