Invencível chegou de mansinho ao catálogo do Amazon Prime Video e ao mesmo tempo com muita expectativa, afinal era uma animação baseada nos quadrinhos de Robert Kirkman, mesmo autor do fenômeno The Walking Dead. Talvez só fato de ser uma animação afaste o público mais casual, que não vai querer assistir um “desenho animado”, mas não se engane, a série é bastante madura, não apenas pela violência, que aliás não é pouca, mas pelo desenvolvimento das relações interpessoais.
Temos o nosso protagonista Mark Grayson (Steven Yeun), um jovem que é filho do Omni-Man (J.K. Simmons) maior herói do Planeta Terra, e que acaba de ganhar seus poderes, se autointitulado Invencível. É uma clássica história de amadurecimento, mas muito divertida. Mark tem que lidar com a pressão das mudanças, relacionamentos, colégio e responsabilidades, tudo como vários jovens comuns, mas com superpoderes. É como se o Homem-Aranha fosse filho do Superman. Esse clima mantém você curtindo o começo da série, mas é o grande twist no final do primeiro episódio que te obriga a continuar.
Essa problemática inicial se entende ao longo dos 8 episódios, com outros problemas que Mark tem que lidar, além de apresentar vários personagens secundários incríveis como Robô (Zachary Quinto) e Eve Atômica (Gillian Jacobs). Apesar de funcionar bem no geral, alguns episódios parecem que são mais longos do que deveriam, e isto é algo difícil de entender já que estando dentro de um streaming não é necessário se apegar a determinado tempo de exibição como uma grade de uma programação de tv tradicional. Se um ou outro episódio tivesse uns 10 minutos a menos o ritmo ficaria mais agradável.
A parte técnica varia muito. As cenas de ação são sempre muito boas, dinâmicas e abusando de sua alta censura de faixa etária para impactar, mas em compensação algumas partes mais calmas parecem que saíram diretamente do começo do anos 2000, como as animações do Batman e Liga da Justiça, talvez até pior. Contudo a trama te mantém engajado e o ótimo trabalho de voz do elenco estrelado faz toda diferença.
Existe claro uma comparação direta com The Boys, também da Amazon, pela violência e os questionamentos deste mundo de super-heróis mais pé no chão, mas é importante observar que diferente da série baseada na obra de Garth Ennis, Invencível não deixa o cinismo e a falta de esperança tomar conta. Kirkman, acima de tudo, se diverte e presta grandes homenagens ao gênero, usando vários clichês como invasões alienígenas, gênios do mal, viagens entre dimensões, etc, mas sem nunca esquecer o principal, seus personagens.
Com um final, embora já esperado, brutal, a trama deixa vários problemas em aberto para Mark resolver nas próximas temporadas, que devem crescer muito junto com nosso protagonista, que tem em seu destino, decidir se segue os passos do pai ou não.
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