PUBLICADO EM 17/01/2023

M3GAN

 

M3GAN

Depois de Chucky e Annabelle, o filão de brinquedos assassinos acaba de ganhar mais uma forte representante com a chegada de M3GAN aos cinemas, e o seu diferencial é que ao invés de ter um viés sobrenatural como os anteriores, M3GAN é uma inteligência artificial que vai ganhando consciência, digna inclusive de estar em algum episódio de Black Mirror ou integrar a revolução das máquinas em Matrix ou Exterminador do Futuro.

Após perder os pais num trágico acidente de carro a jovem Cady (Violet McGraw) passa a morar com sua tia Gemma (Allison Williams), gênia da robótica que trabalha para uma empresa de brinquedos. Sem saber como lidar direto com essa responsabilidade e tendo dificuldades no trabalho, Gemma decide testar o protótipo de uma nova boneca super inteligente chamada M3GAN para ajudar a garota a superar o seu trauma.

O design da boneca é propositalmente esquisito, algo próximo a uma menina real mas não tanto, caindo no uncanny valley, ou vale da estranheza. É possível simpatizar e estranhar ela ao mesmo tempo. As motivações dela tentando proteger a menina de fato são legítimas e sua forma de aprendizado interagindo e aprendendo com humanos não poderia dar em outra coisa se não tragédia, já que nossa sociedade invariavelmente acaba falhando em ser exemplo pra qualquer um que tente aprender e não disponha de um freio moral.

O longa segue uma fórmula já batida, mas as discussões levantadas sobre ética, moralidade, e relacionamento parental são interessantes, mesmo que não sejam levadas a fundo. A presença de James Wan e da Blumhouse na produção dão um carimbo do tipo de filme que pode-se esperar, com um orçamento não tão grande para ter uma garantia de retorno e consequentemente garantir uma continuação.

Apesar de cair nesse método Blumhouse, o longa não abusa de jumpscares baratos, e aproveitando as movimentações antinaturais da boneca, e suas aparições repentinas.

O marketing do filme foi muito bem sucedido, viralizando a dancinha da boneca nas redes sociais antes mesmo do filme estrear, mas isso aparentemente fez com que os produtores contivessem um pouco a violência, para que o público mais novo pudesse inflar a bilheteria. Isso é um pouco chato de se imaginar, mas o que está sendo avaliado é o que foi entregue em tela e não o que poderia ter acontecido em algum multiverso.

M3GAN cumpre o que promete e entretém, mesmo que a cena da dança não faça tanto sentido, ela é bem legal, agora é esperar pela sequência e que o filme possa se permitir mais, ousar, sendo mais sangrento e divertido.

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  3.5

 

SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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