PUBLICADO EM 05/02/2021

Malcolm & Marie

 

Malcolm & Marie

Quando você está em um relacionamento é importante ocasionalmente discutir a relação, para que ambas as partes estejam de comum acordo com tudo que as envolve. Entretanto, quando isso vira rotina, é algo cansativo. Agora imagine ter que ser expectador de uma DR interminável por 1h 40min?? É isso que acontece em Malcolm & Marie.

Malcolm (John David Washington) é um cineasta que acaba de voltar da estreia de seu filme junto com sua namorada Marie (Zendaya), e apesar do aparente sucesso da exibição, algo incomoda a moça, o que acaba gerando uma extensa discussão pela madrugada.

O diretor e roteirista Sam Levinson, criador de Euphoria, também protagonizado por Zendaya, acaba usando o diálogo entre os dois personagens para debater sobre crítica cinematográfica, inspiração, ego e até a amarga discussão sobre a “função da arte”. Apesar de haver bons momentos e observações muito pertinentes, há uma saturação pois existe apenas um único cenário com esses dois personagens intercalando entre monólogos ou apenas discutindo. E muitas vezes eles estão apenas sendo maliciosos e tocando nas feridas um do outro.

Obviamente um filme nesse estilo teatral, quase experimental, precisaria ter grandes atuações que carregassem o projeto e felizmente temos isso. Washington consegue ser explosivo, babaca, carente e até engraçado, mas é Zendaya quem tem algo a mais para entregar, principalmente em uma cena específica que possivelmente já vale o seu tempo. O diretor explora muito bem as emoções de seus personagens com closes em seus rostos.

Mas por mais que as atuações sejam boas muitas vezes o texto soa artificial. Não existem pessoas na vida real capazes que argumentar daquela maneira, ainda mais num momento de raiva. É perceptível a mão do roteirista ali, mexendo as engrenagens e levando a conversa de forma não natural para os assuntos que ele quer tratar.

Tendo em mente que o longa foi produzido em meio a pandemia, com pouquíssimo recurso, é admirável a qualidade do que é entregue, mas não deixa de ser cansativo quando estamos num inception de discussões.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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