PUBLICADO EM 05/12/2020

Mank

 

Mank

No novo longa original da Netflix vemos um recorte dos bastidores de Hollywood entre o final da década de 30 e começo de 40 pelo olhar de Herman J. Mankiewicz, roteirista conhecido como Mank, que trabalhou em um dos maiores clássico do cinema: Cidadão Kane.

Temos Gary Oldman muito bem no papel principal, mostrando a personalidade difícil de Mank, cheio de comentários impertinentes, ácidos e seus problemas com bebida e apostas. Aliás o elenco como um todo é muito bom, com destaque para Lily Collins como Rita Alexander, assistente de Mank; Arliss Howard como Louis B. Mayer, um dos chefões da MGM e principalmente para Amanda Seyfried como Marion Davies, proeminente atriz da época.

O filme tem vários outros personagens que retratam pessoas reais, mas que para narrativa, acabam ficando sem muito desenvolvimento e poderiam ser facilmente descartados. E uma figura tão importante como Orson Welles, aqui interpretado por Tom Burke, aparece muito pouco, deixando desde o princípio pra qual lado sua balança pende.

O longa não apenas aborda essa época de Hollywood, como também a emula em sua fotografia em preto e branco. suas transições de cena, enquadramentos e até as marcas que ocasionalmente manchavam os rolos de filmes antigos. As idas e vindas por meio de flashbacks são interessantes a princípio mas em determinados momentos parecem excessivas.

O grande problema de Mank é que para alguém pouco familiarizado com esse período da indústria cinematográfica, ele tem um apelo muito pequeno. Ele julga que o telespectador já tem um conhecimento prévio do contexto não só da indústria como da política da época. Ou seja mesmo que você esteja curioso e queira saber mais, você pode sair mais confuso do que informado. Até mesmo porque o diretor David Fincher, a partir do roteiro de seu pai Jack Fincher, propõem ao final um revisionismo histórico, mudando o que de fato aconteceu.

Mank com todo seu primor técnico, charme e elegância que emanam da época dourada de Hollywood, afasta o público mais trivial por não conseguir estabelecer uma ligação emocional forte com seus personagens e sua história.

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  3.5

 

SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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