O diretor e roteirista Alex Garland, conceituado por seus filmes de ficção científica como Ex_Machina: Instinto Artificial (2014) e Aniquilação (2018), está de volta em Men – Faces do Medo, onde faz sua primeira incursão nos gêneros de terror e suspense.
Na trama, após uma tragédia pessoal, Harper (Jessie Buckley) decide ir sozinha para um retiro no meio de um belo campo inglês, na esperança de encontrar um lugar para se curar. Mas alguém ou algo da floresta ao redor parece estar perseguindo-a. O que começa como um pavor fervente se torna um pesadelo, habitado por suas memórias e medos mais sombrios.
Men pode ser descrito como um filme minimalista, que preza muito mais pelo conceito e simbologia empregados do que uma narrativa elaborada e contundente. Uma atmosfera estranha e incômoda permeia todo o filme, o que pode instigar uns e incomodar outros.
Jesse Buckley mais uma vez mostra que é uma ótima atriz, uma das melhores de sua geração, sendo o foco da atenção o tempo todo, ela não deixa a bola cair um momento sequer, entregando facetas frágeis, confusas e melancólicas com muita facilidade. Rory Kinnear, o outro grande destaque do longa, parece meio caricato as vezes, e sofre um pouco com a maquiagem e perucas, mas é possível encarar tudo isso como parte do desconforto e incômodo proposto desde o início.
Por meio de flashbacks pontuais, vamos descobrindo o motivo de Harper estar querendo se isolar no interior, e seu trauma vai se intensificando, e esta seria uma das possíveis interpretações para as bizarrices que acontecem com ela. A trilha sonora é bastante eficaz e ajuda a compor o clima estranho em meio ao cenário bucólico, as vezes belo, as vezes melancólico.
Garland discute sobre a toxicidade masculina de um jeito bastante peculiar, com diversos simbolismos bíblicos, que dão mais camadas conforme sua percepção dos mesmos. Ele está longe de trazer algo muito palatável ou comum, o que pode fazer a experiência ser bem divisiva.
Nós estamos no Facebook e você também pode nos achar no Instagram, e Twitter, curta as páginas e fique por dentro do UNIVERSO REVERSO..
Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.
