Lenda do cinema, Robert De Niro, vem já a algum tempo alternando entre projetos mais sérios como Coringa e O Irlandês com comédias mais leves como Em Guerra com o Vovô e Vigaristas em Hollywood, e seu novo filme Meu Pai é um Perigo está alinhado com os últimos dois exemplos.
Baseado na vida do comediante Sebastian Maniscalco, que protagoniza o filme, o longa retrata a relação entre Sebastian e seu pai Salvo Maniscalco (De Niro). Quando o filho fala para seu pai que vai pedir a mão de sua namorada em casamento, o pai insiste em passar um final de semana na casa dos pais da futura noiva, onde os estilos de vida diferentes acabam se chocando.
Grandes questões rodeiam a trama, como imigração, conflito geracional e diferenças de classe, tudo abordado pelo viés cômico, mas mesmo com esses temas interessantes o filme não consegue extrair boas piadas ou situações constrangedoras o suficiente. Todo o dilema dele sentir vergonha do pai faria mas sentido se ele fosse um adolescente que se irrita por qualquer coisa.
Existem três grandes momentos de conflito de Salvo com a família de Ellie (Leslie Bibb), o primeiro, durante um almoço, não gera repercussão nenhuma. O segundo, devido a um corte de cabelo, tem um momento de conflito mas logo é esquecido por um pedido de desculpas, e o terceiro no jantar, é abafado pelo seu filho, ou seja, nada tem realmente um impacto necessário para justificar toda essa apreensão de como a família da noiva vai reagir ao jeito do seu pai.
Existem passagens de comédia que podem funcionar dependendo do seu tipo de humor, mas não chegaram a me cativar. O grande destaque é De Niro, sua presença na tela é gigante, e mesmo com um roteiro raso consegue tirar leite de pedra. Sebastian Maniscalco por vezes apela para um humor físico mas sem muito sucesso, é difícil imaginar ele nesse papel se não fosse um projeto extremamente pessoal.
Os personagens secundários pouco tem a oferecer, os irmão são bem chatos e desnecessários e Ellie sofre com um white people problem. Meu Pai é um Perigo aposta no seguro até demais e não cativa ou surpreende de forma alguma, temas são desperdiçados e o humor é questionável, valendo apenas pra quem é muito fã de Robert De Niro.
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Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.
