Tom Cruise se tornou nos último anos um dos embaixadores da experiência cinematográfica, defendendo que as pessoas devem ir assistir os filmes nos cinemas, onde sua experiência seria a mais completa possível. Por conta disso ele acaba cada vez mais aumentando o nível das suas produções, filmando em IMAX e com cenas de ação cada vez mais elaboradas, e perigosas, já que ele geralmente grava suas próprias cenas.
No novo filme, Missão: Impossível – O Acerto Final, uma continuação direta de Missão Impossível: Acerto de Contas (2023), temos Ethan Hunt (Cruise) e sua equipe lutando contra Gabriel (Esai Morales) e tentando encontrar o Sevastopol, submarino onde está o servidor da temível inteligência artificial Entidade, que ameaça destruir o mundo caso saia de controle.
Acerto Final tem a vantagem de ter todas as peças montadas no tabuleiro no filme anterior, então pode partir desde o começo para a ação sem enrolar muito, mas infelizmente parece não saber aproveitar isso muito bem. A edição por vezes é meio caótica, pulando de lugares com os mesmos personagens em questão de segundos, e apelando muito pra flashbacks de filmes anteriores, tanto para explicar a trama um tanto confusa, como para pegar os fãs pela nostalgia.
Essa confusão em tela faz com que o filme demore pra engrenar, mas mesmo assim, incrivelmente as quase 3h de filme passam voando, muito por conta das grandiosas cenas de ação que te deixam totalmente investido. Quanto a isso, é inegável que tanto Cruise quanto o diretor Christopher McQuarrie sabem muito bem o que estão fazendo.
Nunca antes o nome Impossível do título fez tanto sentido, pois há vários momentos em que você acha que vai ser impossível Hunt escapar com vida, e mesmo assim ele consegue. O fato de esse ser alardeado como um possível último filme da franquia também contribui com isso, até mais do que o nível de ameaça global da trama.
Existem duas grande sequências de ação capitaneadas por Cruise. A primeira é a incursão ao submarino no fundo do oceano, cheia de momentos claustrofóbicos e variáveis que podem por tudo a perder, e depois a perseguição de avião. O grande trunfo delas é não ter somente Hunt como objeto de interesse, mas também sua equipe em paralelo, tendo que se desdobrar para conseguir cumprir os objetivos. A cena final ainda tem mais os atenuantes de bombas para serem lançadas, e desarmadas. O nível de tensão é altíssimo.
Existem momentos decisivos e emocionantes envolvendo os personagens de Ving Rhames e Simon Pegg, mas o nível de envolvimento emocional com os eles vai depender do seu apego particular, pois não há muito espaço para desenvolvimento neste filme em específico. Tudo tem um tom muito épico e definitivo, deixando pouco espaço para nuances e sutilezas.
O ponto baixo são os vilões, primeiro Gabriel (Esai Morales), que continua sem graça e com carisma negativo. Sabemos que ele quer controlar a Entidade e ser o todo poderoso malvadão, mas qual a sua motivação real? Além disso temos a própria Entidade, a IA do mal que vai acabar com tudo, mas é algo pouco tangente, muito é dito do que ela pode fazer, sem ela chegar a fazer muita coisa efetivamente.
Acerto Final tem tudo que se espera de um filme como Missão Impossível, consegue te tirar o fôlego, deixar apreensivo e até mesmo meio confuso, mas entrega uma experiência como poucas vistas no cinema de ação.
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