PUBLICADO EM 25/04/2021

Mortal Kombat

 

Mortal Kombat

Para alguém que cresceu durante os anos 90, escapar da febre de Mortal Kombat foi uma tarefa muito difícil, além dos jogos de vídeo game, onde a franquia nasceu, o sucesso se desdobrou para série animada, quadrinhos e o filme de 1995 dirigido por Paul W. S. Anderson, que fez grande sucesso de bilheteria.

Um dos motivos do enorme sucesso dos jogos Mortal Kombat, era a sua brutalidade extrema, que faziam os seus concorrentes como Street Fighter parecer “coisa de criança”. Essa sanguinolência nunca havia sido replicada totalmente nos produtos derivados, para poder alcançar um público maior, mas aqui nesta nova versão comandada por Simon McQuoid isso é entregue.

Como pôde ser visto nos trailers e nas prévias divulgadas, as cenas de luta foram muito bem trabalhadas, sem poupar nenhuma gota de sangue e os efeitos visuais são majoritariamente bons, embora seja nítido que algumas cenas sejam melhor finalizadas que outras. Mas será que apenas isto consegue sustentar o filme inteiro?

A cena inicial, mostrando a origem da maior rixa da franquia entre Hanzo Hasashi/Scorpion (Hiroyuki Sanada) e Bi-Han / Sub-Zero (Joe Taslim) da esperança que a mitologia dos personagens vai ser bem explorada, mas isso nunca acontece de fato, nem com eles nem com nenhum outro. Vamos usar o Raiden (Tadanobu Asano) como exemplo, quem é ele, de onde ele surgiu, quais são suas motivações para proteger a Terra? Nada disso é sequer remotamente explicado, e o mesmo vale para Shang Tsung (Chin Han) que surge apenas como uma contraparte do mal, que quer dominar a Terra… por algum motivo.

O personagem central é Cole Young (Lewis Tan), criado exclusivamente para o filme, e sua função narrativa é ser os olhos do público dentro da trama, alguém que chega de fora e precisa ser inteirado do que está acontecendo, e apesar de ser um recurso meio batido, poderia funcionar se ele tivesse algum carisma, mas em nenhum momento ele ou sua família consegue cativar no público algum tipo de empatia. Isso sem falar em outros tantos personagens que são velhos conhecidos de quem já jogou os games, mas que nada representam para o público em geral e como não tem desenvolvimento bem feito, estão lá de forma gratuita.

Mortal Kombat mostrou um grande potencial mas graças a um roteiro pouco inspirado fica dependente da nostalgia dos fãs e das boas cenas de porrada. E apesar de deixar brecha para futuros projetos, talvez fosse interessante por parte dos envolvidos pensarem em focar naquilo que o título promete: o torneio Mortal Kombat.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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