Ridley Scott está num momento muito produtivo de sua carreira, no auge de seus 85 anos, emendou filmes como O Último Duelo e Casa Gucci, e além de Napoleão que chega agora nos cinemas, já prepara Gladiador 2. Mas infelizmente quantidade não representa qualidade.
Não que Napoleão seja ruim, longe disso, mas é um projeto extremamente grandioso, que procura retratar uma das figuras históricas mais importantes no âmbito militar, e passar por quase toda sua vida em um filme de 2h38 é uma tarefa impossível.
No filme, Scott apresenta um olhar original e pessoal sobre as origens de Napoleão Bonaparte (Joaquin Phoenix) e sua rápida e implacável ascensão a imperador, visto através do prisma de seu relacionamento visceral e muitas vezes volátil com sua esposa e verdadeiro amor, Josephine (Vanessa Kirby).
É como pegar um resumão dos melhores momentos de sua carreira militar, destacando algumas batalhas importantes que fizeram sua carreira decolar, intercalados com momentos de seu conturbado relacionamento com Josefhine. Não entrarei no mérito da precisão histórica dos fatos, até porque não sou especialista e se quisesse algo nesse sentido procuraria um documentário, mas seria de bom tom o diretor deixar aos mais desavisados que existem algumas liberdades criativas afim de deixar a narrativa do filme em questão mais coesa.
Tudo que diz respeito a parte mais épica do filme, as batalhas, é executado a maestria, Rildey Scott tem total controle da ação e esses sem dúvidas são o ponto alto do longa. A relação amorosa de Napoleão é de fato interessante, e as atuações de Phoenix e Kirby são ótimas, nas falta elementos para cativar o público.
Poderiamos ter tido um olhar mais introspectivo nas motivações do protagonista, muitas vezes ele só parece um cara estourado e birrento, gerando algumas cenas até engraçadas. Mas faltou um cuidado, um intimismo na relação dos dois, até para aproveitar ainda mais o potencial desses grandes atores. Todo o restante do elenco acaba sendo ofuscado, com participações burocráticas.
Napoleão vale a pena por seu lado épico e para quem não sabe nada sobre o mesmo ficar curioso e procurar ir mais a fundo em sua história extremamente rica.
Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.
