PUBLICADO EM 11/10/2023

O Exorcista – O Devoto

 

O Exorcista – O Devoto

O Exorcista, um clássico do terror lançando em 1973, já teve algumas continuações que nunca chegaram aos pés do original, então o ousado projeto encabeçado por David Gordon Green, que promete uma trilogia, assim como fez recentemente com a franquia Halloween, tem uma tarefa um pouco agridoce.
Por um lado, como nenhum outro projeto conseguiu se sair bem, a régua pode ser colocada lá em baixo, com a prerrogativa de que este deve ser o melhor filme desde o original, mas também fica a pressão de fazer algo que até agora ninguém conseguiu.

Na trama o longa, desde a morte de sua esposa grávida em um terremoto no Haiti, há 12 anos, Victor Fielding (Leslie Odom Jr.) tem criado sua filha Angela (Lidya Jewett) sozinho. Mas quando Angela e sua amiga Katherine (Olivia Marcum) desaparecem na floresta e retornam três dias depois sem memória do que aconteceu com elas, isso desencadeia uma série de eventos que obrigará Victor a confrontar o mal.

Quando se fala em Exorcista, a primeira coisa que se lembra obviamente são das cenas chocantes de uma criança possuída, algumas causam desconforto, repulsa e nojo, por isso ficam tão marcadas em nossa mente. Mas ao revisitar o filme original, vemos que William Friedkin usa muito do tempo de filme desenvolvendo os dois padres que vão performar o grande ato do exorcismo, parece até preciosismo a primeiro momento, mas ao ver este novo filme, percebemos como faz falta.

Green e cia. limitada que desenvolveram o roteiro (ao todo são 5 pessoas creditadas) focam demais em apenas uma das famílias das garotas possuídas, o que poderia ser compreensível tendo em vista o projeto ao longo prazo, que pode abordar mais pra frente outros aspectos deixados de lado aqui, mas ao final desta etapa, fica bem claro o motivo de escolherem um dos lados. E de qualquer forma, o filme precisa se sustentar por si só, mesmo sendo parte de algo maior.

É duro comparar com a obra original, ainda mais depois de tanto tempo, mas o próprio filme busca pela nostalgia ao trazer de volta Ellen Burstyn, e quase como uma participação especial, sem tanto propósito ou impacto narrativo. E quando é feita a comparação na parte da possessão em si, o filme anterior ainda é muito mais ousado, aqui parece uma versão light do que já foi feito antes.

O longa parece usar apenas a marca Exorcista sem se preocupar muito com o real peso disso, fazendo um filme bem genérico, que deixa o exorcismo em si de lado. Em determinado momento o padre literalmente dá a Bíblia na mão de outra pessoa e diz “vai lá, se vira”. Infelizmente não será com O Exorcista – O Devoto que o legado do primeiro filme irá descansar em paz.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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